BSPF - 24/05/2017
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está cumprindo
muito bem o seu papel, ao tentar minimizar os impactos da crise econômica sobre
a economia. Ele vem dizendo que a retomada da atividade já começou e que as
reformas trabalhista e da Previdência serão aprovadas, mesmo que com atraso.
Mas a desconfiança é grande dentro do governo.
Números levantados pelos ministérios da Fazenda e do
Planejamento apontam que, às vésperas de estourarem as delações dos irmãos
Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS, que praticamente destituíram Michel
Temer, o governo já tinha garantido 320 votos para a aprovação da reforma da
Previdência na Câmara.
Hoje, reconhecem os mesmos técnicos que haviam feito tal
levantamento, se o governo ainda contabilizar 100 votos a favor de mudanças no
sistema previdenciário, será muito. Boa parte dos deputados abordados diz que
não sabe se o governo Temer durará até a próxima semana.
Meirelles, porém, não vai entregar os pontos. Ele pediu a
toda a equipe que reforce as perspectivas positivas para a reforma. Na
avaliação do ministro, se a equipe econômica jogar a toalha em relação às
reformas, sobretudo a da Previdência, todo o esforço empreendido no último ano
irá para o lixo.
Para técnicos do governo, ficará difícil conseguir apoio às
reformas com o governo Temer tão fraco. Segundo eles, seria melhor que os
partidos que dão sustentação ao peemedebista o convencessem a renunciar, para
estancar a sangria da economia. O acordão livraria Temer da prisão. Essa
negociação está na mesa e está mais adiantada do que muitos pensam.
Se o acordão sair, acreditam técnicos do governo, será mais
fácil retomar a votação das reformas, sobretudo se o escolhido por meio de
eleições indiretas conseguir construir uma base de apoio muito ampla. “Com
certeza, será mais fácil aprovar as reformas em um novo governo do que com
Temer”, assinala um técnico da Esplanada.
Fonte: Blog do Vicente