BSPF - 01/09/2018
O governo fingiu que concordou em seguir a lei e cumprir o
compromisso assinado com os servidores –
dar a última parcela de reajuste, em 2019. Mas, após entregar a peça
orçamentária de 2019 ao Legislativo, admitiu que mandará, já na segunda-feira,
uma Medida Provisória (MP) para cortar qualquer possibilidade de alteração
remuneratória no ano que vem. De acordo com o Planejamento, não haverá concurso
público em 2019
A estratégia, de acordo com o ministro da Fazenda, Eduardo
Guardia, era para não atrapalhar o andamento do documento do Poder Legislativo.
“Caso haja contestação, judicialização ou a MP venha a caducar, os recursos já
estão garantidos. Caso o Legislativo concorde em postergar os reajustes para
2020, os R$ 4,7 bilhões poderão ser usado em investimentos”, justificou.
Em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (31/8), o ministro
do Planejamento, Esteves Colnago, anunciou que não há previsão de lançamento de
novos concursos públicos federais para 2019. Serão apenas convocados os
aprovados já autorizados para a Polícia Federal (PF). Já quanto às seleções da
Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional
(Iphan) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que não tomaram posse
em 2018 por conta do período eleitoral, vão ser chamados no ano que vem. Para
eventuais necessidades emergenciais de contratação, no entanto, foram
assegurados para o próximo presidente da República a quantia de R$ 411 milhões
na peça orçamentária.
Judiciário
Quanto ao aumento de 16,38% para o Poder Judiciário, o
ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, explicou que, ao contrário do que tem
sido comentado, “o Executivo não autorizou o reajuste”. “Não cabe ao Executivo
interferir em outros poderes. O valor vai no orçamento e será o Legislativo que
vai decidir o que deve ser feito. Todos têm que obedecer o teto dos gasto. O
Judiciário terá que ajustar suas despesas”, detalhou.
Diferença
De acordo Esteves Colnago, a economia com o adiamento do
reajuste dos salários dos servidores para 2020 é de R$ 4,7 bilhões, e não de R$
6,9 bilhões.A diferença é porque R$ 2,2 bilhões se referiam a reajustes de
benefícios ainda em discussão que não haviam sido regulamentados. Os ministros
não especificaram quais eram esses itens.
A previsão de gastos com pessoal para o ano que vem, de
acordo com o Orçamento de 2019, é de R$ 325,9 bilhões, o equivalente a 22,6%
das despesas totais e 4,4% do PIB. Colnago explicou que o Poder Executivo fará
em 2019 a compensação do teto de gastos para demais poderes no limite dos 0,25%
permitidos. A previsão de compensação do Poder Executivo aos demais Poderemos,
MPU é SOU, no valor máximo permitido pela lei do teto dos gastos será de $ 3,36
bilhões.
Para o Poder Executivo, o teto de gastos em 2019 seria de R$
1,346 trilhão, enquanto o limite para os outros poderes seria de R$ 60,476
bilhões. Mas o PLOA de 2019 prevê que o Poder Executivo compensará o resultado
dos demais poderes em R$ 3,362 bilhões. Com isso, o limite do Executivo será de
R$ 1,343 trilhão, e o teto dos demais poderes chegará a R$ 63,839 bilhões.
Somente a compensação do Executivo ao Poder Judiciário chegará a R$ 2,929
bilhões no próximo ano.
Fonte: Blog do Servidor