Agência Câmara Notícias
- 21/02/2019
Pela proposta do governo, a idade mínima exigida dos
docentes será de 60 anos, tanto para homens quanto para mulheres. Secretário da
Previdência defende paridade; deputada critica a medida
Professores e policiais continuarão tendo regras especiais
de aposentadoria em função da atividade caso a reforma da Previdência seja
aprovada (PEC 6/19). O governo, no entanto, propôs acabar com a diferença entre
homens e mulheres na idade de aposentadoria.
Pela reforma, os professores passarão a ter idade mínima de
60 anos para ambos os sexos, e o tempo de contribuição, que hoje é de 25 anos
para a mulher e de 30 anos para o homem, será de 30 anos para todos. O
professor tem de comprovar efetivo exercício na educação infantil ou nos
ensinos médio e fundamental.
O secretário da Previdência, Leonardo Rolim, ressaltou que
não há diferença entre homem e mulher em outros países. “Isso parte de um
princípio de que aposentadorias com regras especiais têm essas especificidades
por conta da atividade em si, não por diferença de gênero”, apontou. “Vários
países têm regras diferenciadas para professores, Brasil não é o único. Mas é o
único que trata o professor diferente da professora.”
Crítica
A deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), no entanto,
criticou esse dispositivo da proposta. “É um absurdo propor que uma professora
alfabetizadora se aposente aos 60 anos. Na maioria das vezes, ela começa a
trabalhar aos 20, 21 anos. Terá de ficar 40, 41 anos em sala de aula”,
argumentou.
Como regras de transição, os professores poderão optar pelos
pontos, que é a soma de idade e tempo de contribuição, começando com 81 para
mulheres e 91 para homens em 2019 e subindo um ponto a cada ano; ou pela idade
mínima combinada com tempo de contribuição. Neste caso, a idade começa com 51
anos para as mulheres e 56 para os homens em 2020, aumentando seis meses a cada
ano até chegar a 60. Os professores da rede pública que entraram antes de 2003
terão de se aposentar aos 60 anos se quiserem benefício igual ao último
salário.
Segurança pública
Para os policiais civis, federais e agentes penitenciários, foi
criada uma idade mínima de 55 anos, sem distinção etária entre homem e mulher.
A diferenciação que existirá será em relação ao tempo de contribuição – 30 anos
para o homem e 25 para a mulher – e no tempo e exercício da atividade policial.
“Na partida, será de 20 anos para o homem e 15 para a
mulher. Esse tempo de atividade policial vai passar a ter uma progressão,
aumentando em um ano a cada dois anos”, explicou o subsecretário dos Regimes
Próprios de Previdência, Narlon Gutierre. “De forma que a mulher terá de
cumprir 20 anos de atividade exclusivamente policial; e homem, 25 anos”,
continuou.
O governo não propôs mudanças na integralidade do benefício
do policial que entrou no serviço antes da criação de fundo complementar. Os
policiais militares e bombeiros terão as mesmas regras das Forças Armadas,
segundo o Planalto. O projeto de lei sobre os militares ainda será enviado ao
Congresso.