Correio Braziliense
- 04/07/2019
Relator do PLDO, deputado Cacá Leão, afirmou que colocará no
texto a autorização para o reajuste. Governo, no entanto, só prevê aumento em
2020 para militares
A decisão de conceder ou não aumento salarial aos
funcionários públicos civis em 2020 deve virar um novo foco de pressão sobre o
presidente Jair Bolsonaro. A permissão para que o Executivo dê o reajuste deve
constar no parecer do relator do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
(PLDO), deputado Cacá Leão (PP-BA), o que pegou o governo de surpresa.
O texto ficará pronto ainda esta semana, e, segundo disse o
parlamentar nesta quinta-feira (4/7), o Legislativo não ficará com essa
responsabilidade. Em outras palavras, caberá ao Planalto dar ou não o rejuste,
que pode estar autorizado na LDO.
"Não garante nada", diz Mansueto
O governo federal prevê reajuste apenas para militares. O
secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, por sua vez, afirmou que a previsão de
reajustes não garante nada, se não houver espaço fiscal para aumento salarial.
Segundo ele, a expectativa para 2020 é de orçamento apertado, mesmo que a
reforma da Previdência, cujo texto-base já foi aprovado na tarde desta
quinta-feira, passe.
Mansueto foi cuidadoso ao falar, também, das finanças do
governo para este ano, que, segundo o secretário, podem sofrer cortes. Segundo
ele, a próxima projeção do Produto Interno Bruto deve ficar entre 1.08% e 1.2%,
e não descartou a possibilidade de cortes. “Como o PIB vai ser menor, não vai
ser 1.6%, você vai perder receita administrada”, disse.
Para cumprir as promessas e não quebrar a Regra de Ouro sem
ter ganhos, Bolsonaro terá que fazer cortes. "De onde tirar é decisão
política do governo. O que eu faço é pagar conta. Deve ter reunião da junta de
execução orçamentária nas próximas duas semanas”, lembrou Mansueto Almeida.
Por Luiz Calcagno