O Dia - 14/09/2019
Governo federal quer criar esse mecanismo e Rodrigo Maia
defende que esteja no projeto que vai reestruturar as carreiras da União
A reforma administrativa no serviço público federal vem
ganhando força no Legislativo. O projeto que promete reestruturar as carreiras
e mexer com a estabilidade dos servidores é um dos temas mais defendidos pelo
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Só que o parlamentar também abraça
a ideia de levar para essa reforma a redução de jornada e de salário de
funcionários públicos em períodos de crise econômica.
Se a ideia levantada por Maia tomar forma, ou seja, estiver
prevista no projeto de lei que o governo enviará o Congresso, há grande
possibilidade de ser aprovada. Hoje, tem crescido a adesão de parlamentares ao
discurso do Executivo e de vários governadores para que se crie um mecanismo
para flexibilizar despesas obrigatórias, como folha salarial de funcionários e
aposentadorias.
E após o Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria
contrária à diminuição de jornada com adequação dos vencimentos — em julgamento
de ação sobre o assunto —, o governo e alguns integrantes do Legislativo têm
buscado alternativas para que a medida se torne viável.
O presidente da Câmara, que já vinha assumindo esse discurso
entre colegas, sugeriu publicamente, na última terça-feira, que se inclua na
reforma administrativa essa possibilidade. Ele disse isso após reunião com o
ministro da Economia, Paulo Guedes, em meio a questionamentos e a discussões
sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de Pedro Paulo (DEM-RJ), que
trata da Regra de Ouro, e também prevê a redução temporária de jornada e
salário.
PEC tem apoio do governo
Maia comentou que a questão poderia ser tratada de forma
mais estrutural, no momento em que for apresentada a reforma administrativa
pelo Executivo. Mas o projeto de Pedro Paulo vem recebendo apoio declarado de
Guedes e outros governistas.
Por Paloma Savedra