Gazeta do Povo
- 17/09/2019
"A queixa do procurador mineiro Leonardo Azeredo dos
Santos – que chamou seu salário mensal de R$ 24 mil de “miserê” – fez ressurgir
o debate sobre a remuneração do funcionalismo público no Brasil. Em julho, o
ministro-chefe do GSI, Augusto Heleno, também havia definido uma “vergonha” seu
salário líquido de general de R$ 19 mil.
A lamentação sobre os supostos baixos salários dos
servidores públicos, contudo, vai de encontro à realidade revelada por várias
pesquisas. Os funcionários brasileiros não só ganham, em média, mais que os
empregados do setor privado, como estão entre os mais bem pagos do mundo,
recebendo inclusive mais que seus análogos em países desenvolvidos, segundo o
estudo do Banco Mundial “Um Ajuste Justo - Análise da Eficiência e Equidade do
Gasto Público no Brasil”.
O Brasil gasta um alto percentual do Produto Interno Bruto
(PIB) com os salários públicos, mas tem um número de servidores per capita
menor que outros países como EUA, França e Alemanha. O motivo dos altos
salários remonta à década de 1960, quando o governo precisou atrair
profissionais qualificados de Rio de Janeiro para a nova capital, Brasília.
Em 2015, os salários públicos consumiram 13,1% do PIB
brasileiro, superando Portugal e França, que registravam massas salariais mais
altas que a do Brasil há uma década. Na Austrália e nos Estados Unidos, a massa
salarial equivale a cerca de 9% do PIB. No Chile, a 6,4%."
"Estudo do Banco Mundial realizado em 2017 mostra que a
média salarial dos servidores públicos é de R$ 44 mil por ano, 70% a mais que
no setor privado, onde a média é de R$ 26 mil, e quase o triplo do que recebem
os trabalhadores informais (R$ 16 mil).
Para os profissionais financeiros (por exemplo, analistas do
Banco Central ou do Ministério da Fazenda), os salários iniciais são duas
ou"...
Leia a íntegra em "Salário de servidor público é “miserê”? Oito fatos sobre o funcionalismo no Brasil"