Revista ISTOÉ
- 08/05/2020
Mesmo na crise, servidores conseguem manter privilégios.
Acabam de garantir aumentos enquanto os trabalhadores da iniciativa privada
tentam manter o emprego e lutam pela sobrevivência
A pandemia afeta todos os setores da economia, que enfrentará uma recessão grave este ano. Tira o emprego e a renda da população, principalmente dos mais pobres, que lutam pela própria sobrevivência. Mas não afeta uma categoria que conseguiu renovar mesmo na crise seus privilégios: os servidores públicos. Além de estabilidade no emprego, vencimentos intocados e aposentadoria especial, conseguiram garantir aumentos de salários enquanto Estados e Municípios lutam para recompor suas receitas. Dessa vez, além do apoio no Congresso, onde exercem um lobby poderoso, conseguiram o suporte de Jair Bolsonaro — um defensor histórico dos interesses corporativos, especialmente de militares.
Os servidores conseguiram um feito e tanto na PEC de ajuda
emergencial aos Estados, em tramitação no Legislativo. Reagiram à proposta de
congelamento dos salários por 18 meses, que passou pelo Senado, mas foi
revertida na Câmara. Com o aval do próprio presidente, parlamentares
atropelaram a proposta do ministro Paulo Guedes. Ele desejava uma economia de
quase R$ 130 bilhões para União, Estados e Municípios, mas esse valor caiu para
R$ 90 bilhões. O congelamento no salário dos servidores era a contrapartida que
Guedes pedia para repassar R$ 60 bilhões a governadores e prefeitos nos próximos
quatro meses, além da suspensão de dívidas e manutenção das garantias do
Tesouro em empréstimos. Seria uma espécie de “cota de sacrifício” do
funcionalismo. Mas a Câmara salvou várias categorias de servidores, e foi
acompanhada pelo Senado. Ficaram isentos de congelamento os servidores da
saúde, bombeiros, guardas municipais, policiais federais e rodoviários,
trabalhadores de limpeza urbana, assistência social, agentes socioeducativos,
técnicos e peritos criminais, professores da rede pública, além de integrantes
das Forças Armadas. Com isso, sete de cada dez servidores dos Estados e
municípios poderão ter reajustes até...
Leia a íntegra em A mamata dos servidores