Jornal Extra - 03/10/2021
Com o futuro incerto da reforma administrativa na Câmara dos
Deputados, servidores querem aproveitar o tempo até a proposta ser levada ao
plenário — o que já não tem mais data para acontecer — e continuar fazendo
pressão contra o texto. Mesmo sendo bem diferente da redação original enviada
pelo governo federal à Casa em setembro de 2020, o conteúdo que vai à votação —
um substitutivo elaborado pelo deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), relator
da comissão especial que tratou do tema — segue desagradando o funcionalismo.
— O relator conseguiu piorar o que era ruim, incluindo a redução de jornada e salário que não estava no texto original, por exemplo — diz o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva.
Alterações pleiteadas por servidores e deputados da oposição, como a retirada do trecho da proposta do Executivo que criava cinco tipos de vínculos, incluindo o de experiência como etapa de concurso público, não foram suficientes nem para estruturar o apoio necessário à aprovação da reforma. O sentimento na Câmara é de que não há 308 votos favoráveis, entre os 513 parlamentares, para o texto passar. Daí o adiamento do debate. A coluna tentou contato com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para saber se há previsão para votação, mas não teve resposta.
Ainda assim, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, teme que o jogo político vire, para atender a interesses do mercado, e a reforma seja aprovada:
— Do jeito que está, o texto substitutivo é tão ruim quanto o original. Tínhamos conseguido alguns avanços, mas Maia trouxe de volta os piores dispositivos da proposta do governo.
VEJA O QUE MUDOU...
Leia mais em Reforma administrativa: veja diferenças entre a proposta original do governo e o texto que será votado