Protesto desta sexta-feira ocorreu no escritório do tucano
Samuel Moreira, em São Paulo; parlamentar votou a favor da PEC 32 em duas
comissões
São Paulo – Os servidores públicos partiram para uma nova
etapa de mobilização contra a “reforma” administrativa proposta pelo governo
Bolsonaro. Na manhã desta sexta-feira (22), trabalhadores de diversas
categorias do serviço público realizaram um protesto em frente ao prédio onde
funciona o escritório político do deputado federal Samuel Moreira (PSDB), em
São Paulo. A ideia é denunciar à população os parlamentares favoráveis à
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, da reforma que representa o
desmonte no serviço público no país, avança na precarização e terceirização. Na
cidade de Registro, base eleitoral de Samuel, outro ato denunciou o voto
favorável do deputado à PEC na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJE) e na comissão especial.
Há pelo menos seis semanas, os servidores protestam contra a
PEC 32 em manifestações em Brasília e em aeroportos nos estados de origem dos
deputados.
Nesta sexta, a manifestação com cartazes e faixas contou com
a participação de trabalhadores do Judiciário Federal, do IBGE, da educação
básica, investigadores da polícia civil, do Judiciário Estadual e outras
categorias que integram o Fórum dos Trabalhadores do Setor Público no Estado de
São Paulo. A CUT São Paulo e a CSP-Conlutas também participaram do protesto.
Educação e saúde em risco
Os atos em escritórios políticos nas bases eleitorais dos
parlamentares é parte da estratégia de pressão para que rejeitem a proposta no
plenário da Câmara. Na sexta-feira (15), os servidores protestaram em frente ao
escritório do deputado Alex Manente (Cidadania), em São Bernardo do Campo, no
ABC paulista E os trabalhadores prometem “visitar” outros gabinetes regionais
nas próximas semanas.
A PEC 32 atinge a maioria dos servidores de carreira, principalmente professores e profissionais de educação e saúde nos municípios. Esses profissionais de serviços essenciais são cerca de 40% dos quase 12 milhões de funcionários públicos no país. Segundo denunciam os trabalhadores, o projeto levará à redução de até 25% do atendimento e prejudicará quem mais precisa. Também destruirá a universalidade dos serviços e o direito de acesso a todo cidadão, hoje constitucionalmente assegurados.
Caso aprovada, a proposta liberará ainda a autorização para
livre nomeação de mais de 1 milhão de cargos, o que os servidores consideram um
mecanismo de aparelhamento do Estado para favorecer práticas corruptas. Além
disso, a chamada reforma administrativa de Bolsonaro não atingirá integrantes
das cúpulas dos poderes da República, políticos em geral e militares.
Fonte: Rede Brasil Atual