Coluna Claudio Humberto - 27/06/2011
A reposição da inflação todos os anos para os servidores públicos pode resultar em aumentos maiores de preços no futuro, avaliam economistas. Segundo especialistas, a correção dos salários agrava o desequilíbrio fiscal e eleva o risco de indexação da economia ao estabelecer reajustes automáticos ao funcionalismo, nos moldes dos gatilhos salariais populares nos planos econômicos dos anos 80. A questão veio à tona há duas semanas. No último dia 9, o Supremo Tribunal Federal iniciou o julgamento do recurso extraordinário de um grupo de servidores públicos civis do Estado de São Paulo que questiona a falta de correção dos salários. Relator do caso, o ministro Marco Aurélio Mello votou a favor dos reajustes anuais, porém, a ministra Cármen Lúcia Antunes pediu vistas, mas prometeu apresentar o voto nas próximas semanas. Desde o início do Plano Real, em 1994, os salários do funcionalismo público têm sido usados como instrumento de controle da inflação. Para o economista-chefe da consultoria Austin, Alex Agostini, caso o Supremo determine a reposição anual, o governo precisará cortar gastos em outras áreas para impedir
o surgimento de um ciclo vicioso que resultará em inflação mais alta, prejudicando as camadas mais pobres da população.
Informações do Jornal de Brasília.