Autor(es): Diego Abreu
Correio Braziliense - 01/06/2011
Cerca de 200 manifestantes fizeram muito barulho, ontem à noite, em frente à sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com apitos na boca, buzinas de gás e até a bateria de uma escola de samba, servidores filiados ao Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União (Sindjus), que estão em greve há 13 dias, fizeram uma vigília durante a sessão plenária do TSE. A algazarra era ouvida pelos ministros em plenário, embora não tenha impedido a realização do trabalho deles. Bombas foram explodidas na Praça dos Tribunais. A polícia acompanhou o ato de perto, mas não precisou intervir.
O coordenador do Sindjus, Berilo Leão, afirmou que, somente fazendo barulho, a categoria consegue mostrar sua indignação por conta da não aprovação de um reajuste superior a 50% para técnicos e analistas judiciários. Entre junho e julho de 2010, houve greve de 44 dias, que acabou suspensa depois que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, anunciou acordo para que o Plano de Cargos e Salários (PCS) fosse votado pelo Congresso após as eleições de outubro.
“A greve só vai terminar quando houver uma definição clara para a votação do projeto, já que o acordo foi descumprido. O objetivo do protesto não é atrapalhar, mas externar para a sociedade e para as autoridades a insatisfação e indignação da categoria, que está tendo um direito cerceado”, destacou Berilo. Segundo ele, há uma “enorme defasagem salarial” do Judiciário em relação ao Poder Legislativo.
O presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, lamentou o protesto. “Essa manifestação deveria ser feita em frente a outros órgãos públicos, porque nós, do Judiciário, já cumprimos o nosso papel ao enviar o projeto ao Legislativo”, disse. A vice-presidente do TSE, Cármen Lúcia, por sua vez, considerou o ato justo. “É preciso haver liberdade de expressão”, afirmou.