Karla Mendes
O Estado de S. Paulo
- 12/10/2011
Parados há quase um mês, grevistas devem voltar ao trabalho
na quinta-feira e terão desconto de sete dias na folha de pagamento e
compensação dos outros 21
BRASÍLIA - Depois de 28 dias, a greve dos trabalhadores dos
Correios, finalmente, chegou ao fim nesta terça-feira, 11. O Tribunal Superior
do Trabalho (TST) arbitrou aumento real de R$ 80 a partir de outubro e reajuste
de 6,87% a partir de agosto para os trabalhadores dos Correios. Os funcionários
devem voltar ao trabalho na quinta-feira.
A compensação dos dias de paralisação ocorrerá da seguinte
forma: desconto de sete dias na folha de pagamento e compensação de 21 dias,
por meio de horas extras nos fins de semana. A decisão ocorreu em julgamento do
dissídio coletivo da categoria hoje no TST.
Apesar de a proposta vencedora (quatro votos) determinar o
desconto de todos os dias de paralisação, que totalizaram 28 dias hoje, o
presidente do TST, João Oreste Dalazen, declarou vencedora a "proposta
mediana" apresentada no julgamento, para desconto de sete dias de greve e
compensação de 21 dias. Como os Correios já efetuaram o desconto de seis dias
na folha de pagamento de setembro, o TST autorizou a estatal a efetuar o
desconto do valor referente a mais um dia de paralisação. O ministro Mauricio Godinho Delgado, relator
do dissídio coletivo dos Correios, não considerou a greve abusiva.
Mutirão
Desde o início da greve, em 14 de setembro, a empresa
realizou mutirões para a entrega das correspondências. Nos últimos quatro
finais de semana, passaram pela triagem dos correios aproximadamente 47 milhões
de cartas e 96 milhões de objetos. Cerca de 40 mil trabalhadores participaram
da iniciativa em todo o País.
O último mutirão dos Correios, realizado no fim da semana,
pôs em dia a entrega de aproximadamente 22 milhões de correspondências. Outros
27 milhões de objetos postais passaram pela triagem segundo informou a empresa
na segunda-feira.
"O profissionalismo demonstrado pelos trabalhadores
reforça nossa convicção de que devemos continuar firmes na missão de fortalecer
e engrandecer o patrimônio público que são os Correios. Tudo isso para bem
atender os cidadãos e as empresas brasileiras", afirmou o presidente dos
Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, por meio de nota, na segunda-feira.