quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Dilma quer ainda este ano nova aposentadoria



Tania Monteiro
O Estado de S. Paulo     -     14/12/2011






Projeto para complementar benefício a aposentados do serviço público, o Funpresp - que a Câmara vota hoje - propõe aumentar contribuição para 8,5%

Por recomendação da presidente Dilma Rousseff, a ministra-chefe de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, vai pressionar a base governista no Congresso para aprovar, ainda este ano, a criação do Funpresp - Fundo de Previdência Complementar do Serviço Público Federal. A votação, na Câmara, está marcada para hoje.

"Esse fundo é necessário para o futuro do País", defendeu a presidente, em conversa com auxiliares. Em Porto Alegre, ontem à tarde, ela preferiu não adiantar qual o porcentual que a União estaria disposta oferecer como contribuição para o novo fundo - se os 7,5% defendidos pela equipe econômica, os 8% que estão sendo negociados no Congresso ou os 8,5% defendidos pelo PT e pelo PDT. "Está em negociação. Prefiro não responder porque não sei o que foi negociado hoje (ontem). Tá em processo final de votação", avisou a presidente

Ao pedir empenho das lideranças para votar o PL 1.992, que tramita em regime de urgência na Câmara, Dilma lembrou que o momento é de dificuldades econômicas e que este seria um passo importante para equacionar o déficit da Previdência. O primeiro recado de pressa da presidente foi dado na semana passada em conversa com o presidente do Senado, José Sarney. Depois, a ministra Ideli se reuniu com Sarney, com ministros e líderes do Congresso e considerou "madura" a proposta que unifica o teto da aposentadoria dos servidores civis da União ao dos trabalhadores do regime privado.

Opcional. Pela proposta, a regra só valerá para os funcionários contratados a partir da aprovação da lei. O teto de aposentadoria será de R$ 3.691,74. Quem quiser se aposentar com salário superior terá a opção de aderir ao Funpresp. Os atuais servidores civis continuam regidos pelas regras atuais.
A criação do fundo e a unificação do teto do pagamento aos aposentados do serviço público com os do setor privado são consideradas fundamentais pelo governo para brecar o crescimento anual do déficit da Previdência. No ano passado, a União pagou R$ 24,7 bilhões para 664 mil servidores públicos federais civis. Enquanto isso, os 24 milhões de brasileiros inativos pelo regime privado receberam R$ 43 bilhões.

Em São Paulo, onde deu palestra e almoçou com o Grupo de Lideres Empresariais (Lide), o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, defendeu o Funpresp como a solução para eliminar "o maior tumor" das contas públicas - esse desequilíbrio entre os gastos com servidores públicos e o setor privado. "Que Brasil é esse? Não dá!", queixou-se ele.

Na Câmara, o representante do governo, Cândido Vaccarezza (PT-S), afirmou que o relatório vai propor elevação da alíquota do servidor e da União de 7,5% para 8,5% sobre a parcela da remuneração que exceder o teto do INSS (R$ 3,691,74).


 COLABORARAM  DAIENE CARDOSO e EDNA SIMÃO



Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra