Correio Braziliense
- 01/12/2011
Juízes cruzam os braços no país por reajuste salarial de
15%. Em Brasília, a manifestação teve direito a coquetel e a tira-gosto
Magistrados de todo o país participaram ontem de uma greve
relâmpago. A categoria reivindica 15% de reajuste salarial, a título de
reposição de inflação, além de mudanças na política de segurança e
previdênciária. A paralisação de um dia teve adesão de cerca de 80% dos juízes.
A expectativa era de que o julgamento de mais de 20 mil processos fosse
interrompido, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que o número foi
bem inferior. "Ao contrário do que era esperado, o movimento não
prejudicou o andamento da Justiça Federal", disse o procurador Marcelo
Siqueira.
No Distrito Federal, 75% dos profissionais pararam e a
análise de 645 processos foi adiada. Os juízes e membros do Ministério Público
da União (MPU) participaram, em Brasília, de um ato no Tribunal Regional do
Trabalho da 10ª Região. O protesto, com manifestações das entidades que
representam a categoria, foi realizado em uma confortável sala com ar
condicionado e teve direito a coquetel e a tira-gosto. "Nossa pauta é
muito simples, mas as negociações estão lentas. Caso não avancem, pretendemos
parar por tempo indeterminado, a partir do início de 2012", expôs a
presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho
(Anamatra), Noemia Porto.
Os juízes federais haviam paralisado suas atividades em 27
de abril, mas não tiveram nenhuma reivindicação atendida. "As condições de
trabalho são precárias. O número parece pequeno, mas cerca de 30 magistrados
estão em depressão ou prestes a cometer suicídio", argumentou Noemia.