Agência Brasil - 22/05/2012
Rio de Janeiro – Médicos de hospitais federais do Rio de
Janeiro fizeram hoje (22) protesto em frente ao Theatro Municipal, na
Cinelândia, região central da capital, contra alegado congelamento salarial
devido a mecanismos criados pela Medida Provisória 568, editada no início deste
mês, que ajusta o salário dos servidores ativos e inativos, além de
pensionistas.
Antes, o grupo de cerca de 500 profissionais, conforme
estimativa da assessoria de imprensa do Conselho Regional de Medicina do Rio de
Janeiro (Cremerj), reuniu-se em frente ao Palácio Gustavo Capanema, também no
centro, onde funciona a representação do Ministério da Educação.
A caminhada dos médicos até a Cinelândia foi acompanhada de
perto por policiais militares e agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego
(CET-Rio). O trânsito ficou lento na região, mas não houve interrupção do fluxo
viário.
A Medida Provisória 568 institui partir do dia 1º de julho
diversas mudanças na remuneração dos médicos, entre elas a criação da Vantagem
Pessoal Nominal Identificada (VPNI), item apontado pelos servidores como o mais
prejudicial à classe.
A VPNI é uma compensação salarial que reúne benefícios como
insalubridade, periculosidade, gratificações, entre outros, antes vinculados ao
salário dos médicos federais.
De acordo com a presidente do Conselho Regional de Medicina
do Rio de Janeiro (Cremerj), Márcia Rosa, com essa desvinculação dos
benefícios, a cada percentual de reajuste salarial será descontado o mesmo
índice na VPNI, causando em longo prazo uma equiparação entre os salários.
A presidente explicou que esse mecanismo vai causar o
congelamento do salário da categoria. “Eles conseguiram um subterfúgio para
reduzir o salário nominalmente. Eles vão congelando progressivamente, então,
quando congela, acaba reduzindo o salário ao longo do tempo”, destacou.
Na quinta-feira da próxima semana (31) os servidores voltam
a se reunir em assembleia para definir as próximas ações, na tentativa de
modificar o texto da medida provisória.