Paula Filizola
Correio Braziliense - 25/05/2012
A greve de professores das universidades federais
brasileiras completou uma semana ontem. Até o momento, 44 das 59 instituições
estão paradas, incluindo a Universidade de Brasília (UnB). A Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal de Grande Dourados
(UFGD) também devem aderir ao movimento a partir da próxima segunda-feira.
Segundo o Comando Nacional de Greve, coordenado pelo Sindicato Nacional dos
Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), nenhum desses câmpus
funciona normalmente, apesar de não ser possível contabilizar exatamente
quantos educadores aderiram ao movimento.
Para tentar chegar a um consenso, o Comando tem uma reunião
marcada para segunda-feira com representantes do Ministério do Planejamento e
da Secretaria de Ensino Superior (Sesu), do Ministério da Educação (MEC). Na
pauta, as duas principais reivindicações dos grevistas: reestruturação na
carreira e melhorias das condições das universidades. "Essa não é uma
greve por questões salariais.
Desde agosto de 2010, estamos tentando entrar em
um acordo com o governo federal, e eles sempre apresentam a mesma
proposta", afirmou Billy Graeff, professor da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS) e representante da instituição no movimento.
Indignação
Segundo o ANDES-SN, a negociação feita com o Executivo
nacional previa a conclusão da proposta sobre reestruturação da carreira em 31
de março. Porém, o ministro Aloizio Mercadante afirmou na quarta-feira que o
governo tem até 31 de agosto para concluir os trabalhos. Outro ponto de
indignação dos docentes é a condição precária das 14 instituições federais que
integraram o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (Reuni), instituído em 2007 pelo MEC. "Na verdade,
é um saldo de inconformidades. A expansão dos câmpus federais aumentou o fardo
dos professores. O governo Lula expandiu, mas não resolveu os problemas
estruturantes que já existiam", criticou o professor da UFRGS .