Natuza Nery
Folha de S. Paulo
- 16/08/2012
BRASÍLIA - O governo
informou às centrais sindicais que, apesar de limitações fiscais, dará reajuste
global a todas as categorias do funcionalismo na faixa de 15% até 2015.
Só não será contemplado com o aumento médio de 5% ao ano a
partir de 2013 quem continuar em greve.
Apesar de poder, no limite, contemplar todas as carreiras
com percentuais muito próximos de aumento, não será um reajuste linear.
Isso porque a lei determina que, se for linear, até mesmo
quem não aceitar a oferta e mantiver a greve terá direito ao benefício.
Para o Executivo, a alternativa, antecipada pela Folha
ontem, garante ganho a todos nos próximos três anos. Para evitar a indexação da
economia, o governo não pode dar a recomposição inflacionária, mas pretende
ficar perto disso.
Segundo a Folha apurou, as centrais sindicais foram
informadas da disposição do Palácio do Planalto em dar uma saída ao movimento
grevista. Ontem, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) mostrou tabela
indicando que a grande maioria das categorias recebeu aumento bem acima da
inflação nos últimos anos.
Em outra frente, o Ministério do Planejamento tem dito às
lideranças que esta é a proposta que a presidente Dilma Rousseff pode fazer.
"O reajuste linear está descartado, pois tem lógica diferente. Temos que
lidar com a especificidade de cada carreira", disse o secretário das
Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça.
(Colaborou Flávia Foreque)