Agência Brasil
- 22/08/2012
Curitiba – A maioria das assembleias dos servidores
técnico-administrativos das universidades federais decidiu aceitar a proposta
de reajuste salarial feita pelo governo. Com essa decisão, a categoria deve
voltar ao trabalho na próxima segunda-feira (27).
De acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores das
Universidades Brasileiras (Fasubra), o placar parcial das assembleias
realizadas pelo país apontava, no início da tarde de hoje (22), um total de 36
universidades a favor da proposta do governo federal e 14 contra.
"A proposta ficou bem abaixo das nossas reivindicações.
A categoria sairá da greve, mas continuará insatisfeita", disse Paulo
Henrique Rodrigues dos Santos, integrante da coordenação geral da Fasubra, em
entrevista à Agência Brasil. "A proposta do governo não corrige as
distorções salariais. Seguimos com o menor piso e o menor teto de toda a
administração pública federal."
Conforme a proposta do governo federal, os técnicos das
universidades receberão, nos próximos três anos, reajustes de 5% a cada mês de
março, o que totaliza um reajuste de 15,8% até 2015.
"Nosso piso salarial chegará a R$ 1.197 daqui a três
anos, o equivalente à metade do mínimo necessário recomendado pelo Dieese
[Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos]",
disse Santos.
O encerramento da greve foi uma recomendação do comando
nacional da categoria, que sugeriu ainda o retorno unificado ao trabalho na
próxima segunda-feira (27). A decisão final cabe às assembleias, nos estados.
Os servidores técnico-administrativos da Universidade
Federal do Paraná e do Instituto Federal do Paraná decidiram, em assembleias
realizadas ontem (21), aceitar a proposta.
Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná houve divisão
nos resultados das assembleias realizadas na capital e no interior, mas a
tendência majoritária é de aceitação da proposta, de acordo com o sindicato. Na
Universidade Federal da Integração Latino-Americana os servidores decidiram
manter a greve.
A partir de amanhã (23), com o quadro consolidado das
assembleias pelo país, a categoria voltará discutir o retorno ao trabalho.
Segundo o sindicato do Paraná, mesmo aceitando a proposta do governo, algumas
universidades podem optar pelo prosseguimento da greve em razão de
reivindicações de âmbito local, entre elas a redução da jornada de trabalho
para 30 horas semanais.
De acordo com o Ministério do Planejamento, a proposta de
reajuste feita aos servidores técnico-administrativos das universidades terá um
impacto orçamentário de R$ 2,9 bilhões.