Folha de S. Paulo
- 25/06/2013
Dnit inicia uma paralisação hoje e pode ser seguido por
outros órgãos
BRASÍLIA - Além da onda de protestos que varre o país, o
Planalto terá de lidar com novas greves de servidores federais.
O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes)
entrará em greve hoje por tempo indeterminado. E, segundo dirigentes sindicais,
o HFA (Hospital das Forças Armadas), em Brasília, e a Enap (Escola Nacional de
Administração Pública) também podem seguir o mesmo caminho.
No Dnit, os funcionários do órgão pedem equiparação salarial
com outras carreiras de Estado, como as de fiscalização e arrecadação. A greve
já estava marcada antes dos protestos que começaram na semana retrasada.
A defasagem salarial dos servidores do Dnit, que cuidam da
construção e manutenção das cerca de 55 mil estradas federais pavimentadas do
país, gira em torno de 40% em relação a servidores que trabalham nas mesmas
funções em outros órgãos, segundo associações sindicais.
O Dnit tem cerca de 2.500 servidores. No último concurso do
órgão, das 1,2 mil vagas disponíveis, apenas 842 foram preenchidas devido aos
baixos salários.
A situação no HFA e na Enap é parecida. Os funcionários
pedem a revisão de seus planos de carreira e reajustes salariais. A greve
nestes dois órgãos ainda não está certa, mas a definição deve ser tomada nesta
semana.
No ano passado, dezenas de categorias de servidores públicos
entraram em greve, com diferentes graus de adesão. Diante da dimensão do movimento,
o governo foi obrigado a ceder e dar um aumento salarial de aproximadamente
15,8%, dividido em três anos. Mesmo considerado insuficiente pelos
funcionários, a oferta feita pelo Planalto levou ao fim da greve.
Para Oton Pereira, do Sindicato dos Servidores Públicos
Federais no Distrito Federal, eventuais novas paralisações maciças são
"difíceis, mas não impossíveis".
"Se não tivesse esse movimento [atuais protestos],
afirmaria que não teria chance disso acontecer, mas com esse movimento popular
é possível sim", declarou.
Josemilton Costa, do Condsef (Confederação dos Trabalhadores
no Serviço Público Federal), afirmou que o planejamento das greves é anterior
aos atuais protestos e, portanto, não pode ser entendido como algo feito na
esteira dessas manifestações.
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