BRASÍLIA - A Casa Civil da Presidência da República informou
ontem, em nota, que vai apurar a "possível participação" de
servidores do governo federal na organização de manifestações em Brasília no
último sábado, antes do jogo entre Brasil e Japão. "Respeitamos o direito
à liberdade de expressar opiniões e convicções políticas dos nossos servidores,
assim como de qualquer cidadão, mas não pactuaremos com qualquer ato que induza
à violência ou ao vandalismo", diz a nota da Casa Civil. "Comprovada
alguma conduta irregular, tomaremos as medidas cabíveis."
Manifestantes protestaram no último sábado contra a
realização da Copa do Mundo e a qualidade dos serviços públicos - houve queima
de pneus e bloqueio devias próximas ao Estádio Mané Garrincha, palco da
abertura da Copa das Confederações. Segundo o jornal Folha de S. Paulo,
representantes de um grupo composto por dois servidores da Casa Civil estiveram
envolvidos com o protesto.
"Todo servidor público tem direito de fazer sua
manifestação fora do horário de expediente com toda liberdade. Se ele cometeu
algum ilícito, será responsabilizado pelo ilícito praticado, mas pra isso
precisamos ter prova, temos que ter comprovação do eventual ilícito. Nós não
temos nenhuma comprovação de participação dos servidores da Casa Civil ou da
Secretaria-Geral", afirmou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da
Presidência da República, Gilberto Carvalho.
Na avaliação de Gabriel Santos Elias, ex-funcionário da
Secretaria de Relações Institucionais, "todo servidor público tem direito
de participar de mobilizações". "Temos estudantes, profissionais
liberais e alguns, sim, trabalham no governo, mas tem direitos políticos",
afirmou o ativista Edemilson Paraná, após ser recebido pelo ministro Carvalho à
tarde. "Ser exonerado é a menor preocupação que essas pessoas têm. Estamos
preocupados com a tentativa de difamação".
"Acho que temos que ter prudência e um enorme cuidado
em não impedir que as pessoas, funcionárias públicas, possam participar de
eventos e mobilizações fora do seu horário de expediente de trabalho",
afirmou Carvalho, que reconheceu que a crescente onda de manifestações no País "nos preocupa
politicamente", "mas não vamos criminalizar uma pessoas só por ele
ter uma posição social."
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