Diário do Nordeste
- 26/06/2013
Falta de reajuste salarial e problemas estruturais são as
principais pautas de reivindicações dos trabalhadores do órgão
Mais reivindicações surgem a cada dia na capital cearense.
Desta vez, em meio a tantos manifestos, servidores do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit) paralisaram as atividades em todo o
Brasil. No Ceará, um ato realizado na manhã de ontem, na sede do órgão, visou
chamar atenção para pauta de cobranças, além de conscientizar funcionários a
aderirem à causa. Na ocasião, a categoria decretou greve por tempo
indeterminado.
Os servidores relatam que as negociações ocorrem desde 2008,
sem sucesso. A principal reivindicação diz respeito ao reajuste de salário, que
segundo os trabalhadores, não ocorre a mais de cinco anos. "Temos uma
responsabilidade grande, e já que o governo diz que o Dnit é importante, porque
não valorizam?", questiona o analista de infraestrutura de transportes do
órgão, Eudemberg Pinheiro.
O servidor reclama, também, de problemas estruturais, como a
situação em que se encontra o edifício do Dnit. "O prédio está abandonado
há muito tempo, sem nenhum tipo de reforma".
A contratação de mais pessoas integra a pauta de
reivindicações da categoria. Eudemberg esclarece que os aprovados no último
concurso, realizado em janeiro deste ano, não preencheram todas as vagas e não
vão suprir a real necessidade do setor. Conforme exemplifica, o Dnit trabalha
com cinco unidades locais, nos municípios de Fortaleza, Sobral, Russas, Icó e
Boa Viagem, sendo responsáveis, cada uma, por gerenciar as obras no Estado,
estando com defasagem de pessoal. Dessa forma, na sua avaliação, seria
necessário a contratação de, no mínimo, mais 17 engenheiros para o setor.
"Assim, algumas unidades ficariam com três ou quatro profissionais",
acrescenta.
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço
Público Federal no Estado do Ceará (Sintsef), Luís Carlos Macedo, esclarece que
na última negociação, durante a greve do ano passado, a classe recusou a
proposta de reajuste salarial de 15,8%, por não rever a defasagem sofrida pela
categoria.
Faltas
Além disso, explica que durante o movimento de greve em
2008, os servidores levaram falta pelos dias não trabalhados, o que os
prejudica no momento da aposentadoria. "Cada falta você tem um mês a menos
para sua aposentadoria, ou seja, 45 dias são 45 meses de trabalho a mais para
você se aposentar, mas greve não é falta. Até hoje temos servidores lutando
contra isso", afirma o coordenador.
Em contato com o Dnit, foi questionado se a paralisação dos
trabalhos atrasaria o andamento das obras no Ceará, no entanto, a assessoria de
comunicação informou que, por se tratar de assunto relacionado à greve, nenhum
manifesto por parte do órgão seria dado.
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