BSPF - 26/07/2013
Por meio de uma forte pressão imposta durante cerca de 90
dias na greve unificada dos Federais em 2012, o governo se viu obrigado a
negociar com as entidades representativas da categoria. A mobilização mudou o
cenário cuja tendência, que chegou a ser declarada publicamente, era de que o
governo não concederia qualquer reajuste aos servidores. Da proposta de 0%, o
governo recuou e chegou ao percentual de 15,8% que seria dividido em três
parcelas (2013, 2014 e 2015). O aumento da inflação, no entanto, trouxe um novo
elemento a este processo. Baseada em estudo (veja aqui) feito por sua subseção
do Dieese, a Condsef entendeu que deveria solicitar a antecipação da parcela de
reajuste prevista para 2015.
Apesar de longe das reivindicações urgentes da maioria, 99%
das categorias que promoveram a greve aceitaram e assinaram acordo com o
governo. Evidente que as entidades representativas dos servidores atenderam as
deliberações de suas bases, mas com o claro entendimento de que a luta não
cessaria ali e que as mobilizações seriam mantidas para obrigar o governo a
continuar o processo de negociações. Por esse motivo, vários acordos assinados
com o governo sinalizavam para a continuidade das negociações em 2013. No
entanto, o Ministério do Planejamento informou essa semana que só deve retomar
o processo de negociações com os diversos setores da base da Condsef em
setembro. O que evidencia ainda mais a necessidade urgente de mobilização dos
servidores em torno da defesa dessa pauta emergencial.
Para formalizar esta solicitação, a Condsef encaminhou, no
início de julho, um ofício com os estudos do Dieese à Secretaria-Geral da
Presidência da República. Mesmo ofício já encaminhado também ao Planejamento. A
entidade busca o apoio do ministro Gilberto Carvalho para intermediar junto ao
Planejamento a necessidade de viabilizar esta antecipação. A Secretaria-Geral
da Presidência assumiu o compromisso de buscar uma reunião com a ministra
Miriam Belchior para tratar esta demanda. Há uma expectativa de que essa
reunião ocorra no início de agosto.
Como uma das entidades integrantes do Fórum dos Federais, a
Condsef vai continuar defendendo e buscando a antecipação desta parcela do
reajuste, além de seguir lutando pelo atendimento de outras demandas pendentes
importantes para as categorias que representa. É nessa perspectiva que a
Condsef propõe também a organização de uma grande greve em 2014 para pressionar
e obrigar mais uma vez o governo a sentar e negociar com os servidores.