terça-feira, 30 de julho de 2013

Itamaraty: discriminação racial é combatida


O Globo     -     30/07/2013




Joaquim Barbosa declarou que instituição é "discriminatória"

BRASÍLIA - O porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar da Silva Nunes, disse ser injusto negar a evolução do órgão no tratamento aos negros e às mulheres que ingressam na carreira de diplomata. Segundo o embaixador, o combate à discriminação ocorre tanto na fase de ingresso quanto nas promoções ao longo da carreira. Em entrevista ao GLOBO, publicada na edição de domingo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, declarou que "o Itamaraty é uma das instituições mais discriminatórias do Brasil".

- A declaração (do presidente do STF) foi pessoal e não quero adjetivar, comentar isso. Mas negar que houve evolução é injusto. O julgamento sobre o Itamaraty deve reconhecer que houve evolução e que há empenho do ministro (Antonio Patriota) em ações afirmativas - afirmou o porta-voz.

Na entrevista, Barbosa disse ter sido eliminado intencionalmente de um concurso do Itamaraty, por ser indesejado para a instituição.

- Passei nas provas escritas, fui eliminado numa entrevista, algo que existia para eliminar indesejados. Sim, fui discriminado, mas me prestaram um favor. Todos os diplomatas gostariam de estar na posição que eu estou. Todos - declarou o presidente do STF.

Bolsa de estudo e cota

Segundo o porta-voz do Itamaraty, o combate à discriminação ocorre em diversas fases da carreira e contempla aspectos de caráter sexual, étnico e de gênero. O embaixador reconhece, no entanto, que a composição do Ministério das Relações Exteriores ainda não reflete a realidade a sociedade brasileira.

- Seria errado dizer que paramos no tempo. Mas ainda não temos o ideal. O Brasil é de maioria afrodescendente. O Ministério das Relações Exteriores ainda não tem essa maioria - disse o porta-voz do Itamaraty.

Tovar cita a concessão de bolsas de estudo para a preparação de negros que pretendem ingressar na carreira - já foram concedidas 526 bolsas desde 2002 - e a existência de cota de 10% das vagas na primeira fase do concurso como instrumentos de combate à discriminação racial. Ao longo da carreira, outras medidas são adotadas nessa direção, segundo o embaixador.

- Não adianta só entrar e ser tratado de forma discriminatória. O ministro se empenha em eliminar qualquer tipo de discriminação. Há um exercício de constante avaliação das promoções.

Acompanhe o noticiário de Servidor público pelo Twitter


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra