Brasília - Policiais federais de todo o país participam hoje
(16) da Marcha pela Reforma da Polícia Federal. A finalidade da categoria é
reivindicar alterações na estrutura da PF e modernização da investigação
criminal. Os policiais também pedem mais investimento na capacitação dos
servidores e nos recursos materiais da entidade.
Eles se concentram, a partir das 9h, em frente à sede do
Departamento de Polícia Federal (DPF), em Brasília, e seguem até o Congresso
Nacional, onde será lançada oficialmente a Frente Parlamentar em Apoio pela
Reestruturação da Polícia Federal. "Esperamos reunir perto de 2 mil
profissionais para o ato", disse à Agência Brasil o vice-presidente da
Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luis Araújo Boudens.
A Frente Parlamentar, formada por oito parlamentares e
coordenada pelo deputado federal Otoniel Lima (PRB-SP), tem como objetivo
discutir a atual situação da Polícia Federal e promover mudanças na estrutura
orgânica e de carreira, além de melhorias nas condições de trabalho dos
servidores e aumento da qualidade das investigações.
“A ideia da Frente Parlamentar surgiu depois da minha visita
à Ponte da Amizade. Percebi que a situação do prédio e dos agentes era
precária. Por isso nós vamos atuar na parte de estrutura e capacitação dos
servidores. Depois de instalada a frente pretendemos fazer caravanas nos 27
estados para apurar as condições de trabalho da Polícia Federal”, disse Otoniel
Lima.
Segundo o deputado, a intenção da frente também é aglutinar
os policiais civis, militares no debate sobre segurança pública. A frente
também deve propor um projeto de combate à corrupção. "Queremos fazer um
grande movimento para discutir a segurança pública, disse.
Os policiais também querem promover a reestruturação dos
cargos da PF. A Fenapef defende uma mudança que permita aos policiais, agentes,
papiloscopistas e administrativos chegarem aos postos de comando, atualmente
restritos aos delegados. O vice-presidente da Fenapef avalia que a estrutura
atual faz com que profissionais experientes não ascendam. “Temos um projeto
maior de unificação de todos os cargos e a pessoas vai se especializando. A
partir daí ela poderá ascender para as funções de liderança. Do jeito que está
hoje, depois da academia a pessoa vai para o local de comando sem a devida
experiência."
Os policiais também vão pedir mudanças nos procedimentos de
investigação. "Hoje você não tem a figura do investigador na cena do
crime. Se, por exemplo, ocorre um homicídio, o que acontece é que a Polícia
Militar chega ao local e aciona um perito que vai encaminhar os dados para o
delegado que vai decidir os procedimentos de investigação. É muita burocracia.
Defendemos que os policiais tenham mais autonomia na parte inicial de apuração
do crime", observou Luis Araújo Boudens.
Levantamento feito pela Fenapef mostra que menos de 10% dos inquéritos instaurados para apurar este tipo de crime chegam a algum resultado.
Levantamento feito pela Fenapef mostra que menos de 10% dos inquéritos instaurados para apurar este tipo de crime chegam a algum resultado.
Outro ponto defendido é o fim do inquérito policial, tido
como um modelo arcaico de apuração. "Quando você fala em extinção do
inquérito policial como é hoje, a figura do delegado fica meio perdida.
Queremos que o modelo [brasileiro] seja como em vários países, inclusive da
América Latina, onde as investigações são designadas para os investigadores que
respondem a um único chefe."
Acompanhe o noticiário de Servidor público pelo Twitter
Acompanhe o noticiário de Servidor público pelo Twitter