Maria Eugênia
Jornal de Brasília
- 04/07/2013
Entidades e sindicatos reivindicaram, em audiência pública
na Câmara dos Deputados, informações sobre a gestão da Fundação de Seguridade
Social (Geap), a maior operadora de planos de saúde com atuação no
funcionalismo público, que atende cerca de 630 mil servidores federais.
Após uma intervenção decretada em março pela Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), os segurados esperam ter de arcar com um reajuste de mais de 11% nos custos, mas sem nenhum benefício assegurado.
Após uma intervenção decretada em março pela Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), os segurados esperam ter de arcar com um reajuste de mais de 11% nos custos, mas sem nenhum benefício assegurado.
Governança
O interventor nomeado pela ANS, Aubiergio Barros, não quis
confirmar o índice de reajuste, mas disse que um novo plano de custeio deve ser
aprovado a cada ano, e a Geap já vinha trabalhando com um reajuste nesse ano,
antes da intervenção. Segundo ele, não existem dívidas com a rede de
atendimentos superiores a 90 dias, o que é normal para o mercado, a não ser R$
3 milhões que estão sendo negociados para sanar o nome da instituição. “O que
motivou a intervenção não foi rombo, fraude ou desvio, mas por um problema de
governança, que interferia na gestão da entidade”, disse.
Investimentos errados
Para ele, a expectativa de vida favorável tem impacto no
custeio da Geap e será necessário responder aos custos crescentes. Mas ele
também confirmou que houve problemas de investimentos errados e perda de
recursos por esses erros. “Tivemos até notícias de servidores públicos vendendo
planos privados para novos concursados, e isso precisamos atacar”, disse.
Altos salários
O deputado Welinton Prado (PT-MG) trouxe várias denúncias
sobre aumentos abusivos, falta de rede de assistência, e questionou sobre os
salários de gestores da Geap que, segundo denúncias, teriam salários de R$ 80
mil. O interventor nomeado pela ANS, Aubiergio Barros, rebateu a crítica: “O
diretor executivo tem salário de R$ 45 mil, e os gerentes têm salários de R$ 18
mil. Mas esses números são comparáveis aos salários do mercado de planos de
saúde”.
Dispensa de licitação
O presidente do Conselho Executivo da Associação Nacional
dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Álvaro Solon,
defendeu como solução a Proposta de Emenda à Constituição 214/12, que autoriza
o poder público a firmar, com dispensa de licitação, convênios com entidades de
autogestão em saúde, como a Geap. “Criou-se um nicho de mercado para as
entidades privadas de planos de saúde, quando deveria haver a entrada
compulsória na Geap de todo servidor, como ocorre com a previdência”, disse.
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