Agência Brasil
- 19/07/2913
Brasília - A Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial (Seppir) deve entregar até o fim deste ano, à Presidência da
República, uma proposta de decreto presidencial para regulamentar as cotas para
negros nos concursos públicos federais, de acordo com o que prevê o Estatuto da
Igualdade Racial. Após reunião entre a presidenta Dilma Rousseff e 19 segmentos
do movimento negro do país, a ministra da Seppir, Luiza Bairros, disse que o
objetivo é buscar segurança jurídica para a medida.
“Hoje a presidenta reafirmou a posição que ela tem de que a
questão das ações afirmativas, e mais especificamente a das cotas, constitui um
elemento central da luta pela promoção da igualdade no Brasil”, disse a
ministra. “Agora, dentro do governo, o que nós temos que buscar em relação às
cotas no serviço público é toda a segurança jurídica necessária para que essa
medida possa ser levada para avaliação final da presidenta.”
O frei David, diretor executivo da Educafro, organização não
governamental que tem a missão de promover a inclusão da população negra e
pobre nas universidades públicas e particulares, disse que a cota racial no
serviço público é o reconhecimento do povo negro, que "há 513 anos [está]
sofrendo, querendo inclusão". "Entendemos que a cota no serviço
público é o empoderamento de um povo que, quanto mais tiver empoderamento, mais
tranquilidade vamos ter e menos violência”, acrescentou.
A ministra disse que a questão da educação foi amplamente
discutida no encontro. Um dos participantes da reunião foi o ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, que defendeu a necessidade de ações afirmativas
para o acesso de negros ao ensino superior e também o compromisso com a
implementação da Lei 10.639, de 2003, que torna obrigatória o ensino da cultura
africana e afro-brasileira nas escolas. “Foi tratado como um elemento muito
importante para que se combata o racismo e os preconceitos contra as matrizes
africanas no Brasil”, relatou Luiza Bairros.
Além dos temas educacionais e do serviço público, a ministra
ressaltou a discussão sobre o alto índice de violência contra jovens negros no
país. “A questão do extermínio da juventude negra, das mortes violentas entre
os jovens negros, foi objeto de comentários da Presidência da República, que
chegou, inclusive, a sugerir a formação de um fórum”, disse ela. Segundo ela, o
fórum seria coordenado pela Seppir e pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH)
para discutir com mais profundidade políticas de segurança que levem em conta a
situação da juventude negra no país.
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