Folha de S. Paulo
- 28/10/2013
O número de greves tem crescido nos últimos anos tanto no
setor privado como no setor público, mostram dados do Dieese (Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Os dados deixam claro, porém, que há uma diferença essencial
das greves em um setor e outro: no caso de servidores públicos, as paralisações
chegaram a uma média de quase 160 horas paradas no ano passado, contra 46 na
iniciativa privada.
“A ausência de regulamentação da negociação coletiva de
trabalho no funcionalismo público continua a ser um fator importante para
explicar a discrepância entre a duração das greves nas esferas pública e
privada”, diz documento do Dieese.
Por esse raciocínio, no serviço público, em razão da
inexistência de datas-base definidas, as paralisações acabam funcionando como
um meio para forçar a abertura das negociações salariais.
Não é difícil imaginar também que a estabilidade no emprego
facilita ficar parado por mais tempo.
O número de greves no serviço público federal, estadual e
municipal, incluindo as estatais, saltou de 251, em 2009, para 409 no ano
passado. O número de horas paradas cresceu ainda mais rapidamente, de 25,3 mil
para 65,4 mil.
No setor privado, as greves chegaram a 461 no ano passado,
mas as horas paradas não passaram de 22,2 mil, sempre segundo o Dieese.
Na virada do governo Lula para o governo Dilma, a freada da
economia do país reduziu o ritmo dos reajustes salariais. Esse impacto foi mais
intenso no serviço público.
Acompanhe o noticiário de Servidor público pelo Twitter
Acompanhe o noticiário de Servidor público pelo Twitter