Efrém Ribeiro
Jornal Meio Norte
- 27/12/2013
O Secretário de Transparência e Prevenção contra a Corrupção
da CGU, Sérgio Nogueira Seabra, afirmou que já foram demitidos 4.300 Servidores
Públicos federais por corrupção de 2003 a 2013
O secretário de Transparência e Prevenção contra a Corrupção
da Controladoria Geral da União (CGU), o piauiense Sérgio Nogueira Seabra,
afirmou que já foram demitidos 4.300 Servidores Públicos federais por corrupção
entre o período de 2003 a 2013. "Isso sem contar com as advertências e as
suspensões", acrescentou Sérgio Nogueira Seabra.
Seabra fala que quem é acusado de crime de colarinho branco
e tem dinheiro para pagar um bom advogado só é preso se quiser porque o processo
na Justiça pode se arrastar por 20 anos até que prescreva, a não ser que tenha
o azar de ter foro privilegiado porque vai para o Supremo Tribunal Federal
(STF), que julga rápido, como aconteceu no caso da Ação Penal 470, a do
mensalão.
Ele disse que é comum dos vizinhos de Servidores Públicos
federais compararem os salários dos funcionários, veiculados no Portal da
Transparência do Governo Federal, com o padrão de vida mais elevado do que seus
rendimentos e denunciarem.
"Nós temos recebido denúncias de que o Servidor Público
de tal órgão ganha tanto, mas tem uma Ferrari na porta da casa dele. A gente
faz a auditoria patrimonial, se teve enriquecimento ilícito", falou Sérgio
Seabra.
Conforme Sérgio Nogueira Seabra, para a prevenção contra a
corrupção a estratégia tem que atuar em três frentes, tem que atuar na questão
da ética da sociedade, onde entra a questão educacional, de embutir valores nas
novas gerações que vão ser os futuros empresários e governantes; mudar certas
percepções que tem na sociedade, cuja leitura pode levar a expectativas que
geram corrupção como a de que no ato corrupto que eu fizer não vai ser
descoberto; ou que a expectativa de que mesmo descoberto não vai ser punido.
"Se você mistura esses três ingredientes você tem uma
sociedade , cujos princípios éticos não são bem trabalhados, e essa percepção
forte que o corrupto faz da situação que ele estar de não ser descoberto ou se
descoberto não vai ser punido fazem com que a corrupção aumente", falou
Sérgio Nogueira Seabra.
Sérgio Seabra afirmou que os gestores são responsáveis pelos
controles primários. Controles que devem ser exercidos pelos próprios gestores.
"O gestor é o primeiro responsável pelos controles. O
gestor faz o controle primário. É que tem que ir lá ver se as coisas estão
ocorrendo bem, se as coisas estão acontecendo como previsto. Não basta ele
passar dinheiro, fechar os olhos e os responsáveis verificarem. Ele é o
responsável primário por isso e tem que verificar os mecanismos de controle
internos para evitar que aquilo aconteça uma gestão de risco, saber quais as
áreas de risco e atuar em cima disso, ter um bom sistema de licitações,
conhecer bem o sistema licitatório, os parceiros e é importante a formação de
carreiras sólidas dentro dos órgãos públicos", disse.
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