Célia Perrone
Correio Braziliense
- 27/05/2014
Servidores iniciam movimento em 12 estados na semana em que
o instituto anuncia o PIB do primeiro trimestre. Órgão garante a divulgação dos
dados
Os funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) paralisaram as atividades ontem em 12 estados. De acordo com
uma das diretoras da Associação de Servidores do IBGE, Ana Magni, a categoria
reivindica aumento do orçamento do órgão, para atender às metas de
planejamento, a contratação de 4 mil servidores e equiparação salarial a
funcionários de outras instituições, como o Banco Central e o Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os servidores também cobram participação
nas decisões de gestão e democracia interna. Segundo Ana, a ideia é escolher
gestores que não fiquem "à mercê de intempéries políticas e
econômicas".
Apesar da paralisação, responsáveis pelo escritório do
instituto no Rio de Janeiro garantiram que a divulgação do PIB, prevista para a
próxima sexta-feira, não vai ser prejudicada, pois todos os dados já foram
recolhidos. Assim como a da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua
(Pnad Contínua), com dados nacionais sobre o mercado de trabalho.
A interrupção do trabalho no IBGE vem se somar à dos
servidores do Ministério da Cultura, parados desde 12 de maio, por melhores
salários, e à dos funcionários de universidades, desde o final de março.
Há risco de esse movimento engordar a partir do próximo 10
de junho, dois dias do início da Copa do Mundo. Na próxima sexta-feira, 300
representantes de servidores das 27 unidades da Federação estarão reunidos, em
Brasília, para decidir se paralisam as atividades, por tempo indeterminado.
Segundo o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, existem
indicativos de que a greve será aprovada. Ele argumenta que menos de um terço
dos 144 acordos firmados com a categoria em 2012 foi cumprido.
Os associados da confederação somam cerca de 800 mil, entre
trabalhadores ativos, pensionistas e aposentados. Os funcionários na ativa
seriam aproximadamente 400 mil. A Condsef representa 80% dos servidores ativos
do Executivo.
O Ministério do Planejamento, por meio da assessoria de
imprensa, mantém posição de que deseja o diálogo, mas que não há espaço
financeiro e fiscal para cumprir as reivindicações dos servidores, que lutam
pela antecipação para este ano da parcela de reajuste prevista para 2015.