José Wilson Granjeiro
Congresso em Foco
- 28/09/2014
“Como servidor público, ele era de uma época bem diferente
da que o país vive hoje, quando não era exigido concurso. Isso, no entanto, em
nada diminui os méritos de Seu Pereira na carreira pública por ele trilhada”
No artigo de hoje, quero prestar homenagem a um servidor
público que honrou a carreira, tendo atingido os 100 anos de idade em plena
atividade a serviço do Estado brasileiro. Refiro-me a João Pereira dos Santos,
o “Seu Pereira” ou “Pereirinha” para os colegas da portaria principal do
Ministério da Justiça. Ele faleceu na última terça-feira e foi sepultado no dia
seguinte, na Ala dos Pioneiros do Campo da Esperança, depois de ter sido velado
no Salão Negro do Ministério, numa justa honraria prestada a quem dedicou
àquela pasta quase 40 anos de trabalho.
Seu Pereira era uma figura extraordinária. Ele foi
emblemático para o serviço público em Brasília e até mesmo para a história da
cidade. Por várias vezes, protagonizou reportagens produzidas na cidade, tanto
para jornais impressos como para programas de TV. Em comum, todas elas o
mostravam em plena atividade, já quase centenário.
Esse homem, que completou 100 anos de vida em 10 de junho último, era de uma espécie rara, beneficiado por uma força da natureza que lhe permitiu alcançar tal longevidade, mantendo-se ativo e lúcido como poucos conseguem. Basta lembrar que a média de vida do brasileiro é de 74,6 anos, segundo o IBGE. Ou seja, ele superou essa marca em nada menos do que 35 anos e meio, fato raríssimo no nosso país. Até poucos dias antes de adoecer e ser internado no hospital onde faleceu, João Pereira fazia questão de ir trabalhar diariamente dirigindo o próprio carro da Asa Norte até o Ministério. Orgulhava-se de ser um motorista exemplar e de ficha imaculada, sem dúvida o mais idoso da cidade e, quem sabe, do Brasil.
Esse homem, que completou 100 anos de vida em 10 de junho último, era de uma espécie rara, beneficiado por uma força da natureza que lhe permitiu alcançar tal longevidade, mantendo-se ativo e lúcido como poucos conseguem. Basta lembrar que a média de vida do brasileiro é de 74,6 anos, segundo o IBGE. Ou seja, ele superou essa marca em nada menos do que 35 anos e meio, fato raríssimo no nosso país. Até poucos dias antes de adoecer e ser internado no hospital onde faleceu, João Pereira fazia questão de ir trabalhar diariamente dirigindo o próprio carro da Asa Norte até o Ministério. Orgulhava-se de ser um motorista exemplar e de ficha imaculada, sem dúvida o mais idoso da cidade e, quem sabe, do Brasil.
Sergipano de Propriá, o ainda jovem Pereirinha foi tentar a
sorte no Rio de Janeiro e acabou motorista da Câmara dos Deputados, na então
capital da República, num golpe de sorte ou do destino – ou as duas coisas ao
mesmo tempo. Depois de ter servido ao Exército, Pereira era motorista de um
político que, certo dia, pediu que para ser levado até a Câmara. Quando
retornou ao carro, o homem avisou que, no dia seguinte, Seu Pereira deveria se
apresentar lá para trabalhar. Foi então que a vida do novo servidor público
começou a mudar. De menino pobre no Nordeste, “que, quando queria comer peixe,
tinha que mergulhar no Rio São Francisco para pegar”, segundo contava aos
filhos, Pereirinha se tornara inspetor de segurança da Câmara, cargo que
exerceria até a...
Leia a íntegra em Seu Pereira, um servidor público exemplar