D24am - 30/12/2014
Já no próximo mês, a plenária nacional agrupará as decisões
das regionais
Brasília - As principais entidades representativas dos
servidores públicos federais não vão esperar muito tempo para traçar a
estratégia da campanha salarial de 2015. Já no próximo mês a plenária nacional
em Brasília agrupará as decisões das regionais, para que sejam debatidas pelas
centrais e formalizadas em documento conjunto com os sindicatos que
participarão do evento. O fórum nacional será promovido nos dias 31 de janeiro
e 1º de fevereiro. As informações são do jornal O Dia.
O aperto fiscal do governo será a tônica da campanha do
próximo ano. A mudança na equipe econômica já é motivo de preocupação e há
promessa, ainda não confirmada oficialmente, de que o futuro ministro do
Planejamento, Nelson Barbosa, vai receber representantes da Central Única dos
Trabalhadores (CUT), Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal
(Condsef) e demais entidades, no próximo
mês.
Para o presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Paulo Rizzo, a campanha de 2015
deverá ser mais defensiva: “Vamos ter que atuar na defesa da manutenção dos
nossos direitos. Temos que redobrar a atenção para que o governo não retire
qualquer garantias do funcionalismo público”, destacou.
Para ele, as universidades têm três pontos que precisam ser
discutidos o quanto antes: reabertura da negociação da carreira, correção das
distorções da classe, além da recuperação da política salarial para os
docentes.
Para Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento dos servidores
públicos federais tem que estar atento, pois “se ficar na defensiva, vai
permitir que o rolo compressor passe com tudo”.
De acordo com Josemilton, desde o último mês, os dirigentes
das regionais têm promovido plenárias para recolher reivindicações dos
servidores. “Assim, quando chegarmos no fim de janeiro, já teremos uma base do
que de fato mais aflige o funcionalismo”, explica.
Para o secretário-geral da Condsef, se o governo federal
implementasse algumas medidas logo nos primeiros meses de governo, seria uma
prova de que estaria disposto a ouvir as representações e também melhorar a
vida financeira do servidor.
Entre as mudanças, citou a isonomia dos benefícios recebidos
pelo funcionalismo dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. Paridade
entre ativos e inativos e regulamentação da negociação coletiva. “Ajudamos a
eleger a presidenta Dilma Rousseff e esperamos retorno imediato por parte
dela”, criticou.
Em 2015, no caso dos funcionários federais, cerca de 1,7
milhão vão receber a terceira e última parcela do aumento que começou a ser
pago em 2013. Para a maioria das categorias, o aumento total, somando as três
prestações, será de 15,8%. Militares das Forças Armadas terão recebido, ao
final da inclusão dos percentuais no contracheque, um aumento de 30%.
Categorias numerosas do serviço público federal, como os
funcionários do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) e da carreira
da Previdência, Saúde e Trabalho, vão receber essa última parcela já no salário
relativo a janeiro, a ser pago em fevereiro. Os professores de colégios e
universidades federais e os militares de Marinha, Exército e Aeronáutica terão
o reajuste incorporado ao pagamento relativo a março, cujo depósito acontecerá
no início de abril.