Vera Batista
Correio Braziliense
- 24/02/2015
Mais de 1,2 mil pessoas são esperadas amanhã no ato que os
Servidores Públicos farão em frente à sede do Ministério do Planejamento (MPOG)
para marcar o lançamento da campanha salarial unificada de 2015 dos poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário. A manifestação tem como objetivo, também,
cobrar uma audiência com o ministro Nelson Barbosa, que segundo a Confederação
Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condesef), no discurso
de posse afirmou que abriria o diálogo com a categoria, e até agora não recebeu
as lideranças.
De acordo com o MPOG, o encontro do ministro com
representantes dos servidores já tem data marcada: 20 de março.
Os servidores reivindicam reajuste linear de 27,3%, que
considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto de
2010 e julho de 2016. A projeção do período feita pelo Dieese é de algo em
torno de 44%, já descontados os 15,8% concedidos pelo governo em três parcelas
(2013, 2014 e 2015), mais ganho real de 2%.
O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos, que
reúne 33 representantes de classe, criou uma agenda de atividades para março,
com discussão sobre indicativo de greve, e jornada nacional, em Brasília, em 7,
8 e 9 de abril, para uma força tarefa no Congresso. E não exclui outras
demandas e a correção de distorções que, inclusive, fazem parte de termos de
acordo já firmados com o governo.
A campanha unificada envolve outros eixos a serem defendidos
ao longo do ano como, por exemplo, concurso público; aprovação da PEC n° 555,
que extingue cobrança previdenciária dos aposentados; revogação das MPs 664 e
665 e das que retiram direitos dos trabalhadores. Os federais protocolaram
também uma carta no Congresso apontando projetos, na Câmara e no Senado, que
devem ser votados ou rejeitados, caso interessem ou prejudiquem as categorias
Apagão no Judiciário
Os servidores do Judiciário e do Ministério Público (MPU) se
anteciparam ao dia de luta e fazem hoje manifestação em frente ao Congresso
Nacional. O movimento está sendo chamado de "apagão" contra o
tratamento diferenciado entre servidores, magistrados e procuradores. No fim de
2014, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o procurador-geral da
República tiveram os salários aumentados de R$ 29,4 mil para R$ 33,7 mil.
"Vamos mostrar que estamos insatisfeitos, usando roupas pretas e
guarda-chuvas pretos, em alusão ao luto pela Justiça", declarou Ana Paula
Cusinato, diretora do sindicato da categoria (Sindijus-DF). Ontem, os
servidores cruzaram os braços durante uma hora.