G1 - 15/04/2015
Entre os casos mais recorrentes há servidor que faltou ao
trabalho e recebeu e funcionários que tiveram aumento de 200% em três anos.
Um levantamento da Controladoria-Geral da União descobriu
mais de 300 mil irregularidades na folha de pagamento do Governo Federal. Tem
de filho pensionista mais velho que o pai até casais sem filho recebendo
auxílio-creche.
É dinheiro público que virava pensões gordas e ia para o
bolso de quem não tinha direito.
O prejuízo com as falhas ultrapassa R$ 1 bilhão. O governo
gasta por ano R$ 129 bilhões só com o pagamento de pessoal.
Nos ministérios, nas autarquias, nos órgãos federais,
auditores encontraram de tudo: filho, pensionista mais velho que o pai ou a
mãe: são 232 recebendo dinheiro que não deveria. Outros 67 pensionistas
nasceram um ano depois que o pai tinha morrido. Casais sem filhos estavam
recebendo auxílio-creche.
Agora entre os casos mais recorrentes há servidor que faltou
ao trabalho e recebeu e quase 3,4 mil casos de funcionários públicos que
tiveram salário com aumento de mais de 200% em três anos.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro é a campeã de
problemas na folha de pagamentos. Depois vem os ministérios da Saúde,
Agricultura, Fazenda e Trabalho.
A auditoria identificou mais de 300 mil irregularidades na
folha de pessoal do Governo Federal entre 2010 e 2014. De lá para cá a União
corrigiu e suspendeu pagamentos. Segundo a Controladoria-Geral da União, deixou
de pagar irregularmente R$ 1,2 bilhão de uma folha que custou ao governo, só no
ano passado, R$ 129 bilhões.
A Controladoria-Geral da União nem acha que são tantos
problemas assim, nem suspeita de má-fé. Avalia como imperícia dos órgãos
pagadores, que deveriam evitar as irregularidades. Segundo a CGU, nem todos os
lançamentos são automáticos, a checagem é feita uma vez por ano. “O que mais
importa e que esse trabalho é de natureza preventiva. Não foram identificadas
fraudes na folha de pagamento. A CGU identificou erros na folha de pagamentos”,
afirmou o secretário-geral de controle internoFrancisco Bessa.
Para a ONG Contas Abertas, que acompanha a utilização do
dinheiro público, há fraude sim, e que deveriam e poderiam ser evitadas. “Acho
que quando funcionários entram no sistema, e isso faz parte do relatório, e
alteram dados para se beneficiar, é uma fraude sim e esses funcionários
deveriam ser punidos. No caso, a questão é detectar se a fraude foi só do
servidor ou se a fraude foi do órgão, porque na verdade deveriam ser punidos
aqueles que naturalmente manipularam os dados para tirar benefício em favor de
si próprio ou de sua família”, afirma Gil Castelo Branco.
O Ministério da Saúde informou que já cancelou pensões da
maioria dos casos.
A assessoria do Ministério da Fazenda disse que precisa de
mais tempo para reunir as informações.
O Ministério da Agricultura informou que tomará as
providências necessárias para corrigir as distorções.
Nossa equipe não conseguiu falar com a assessoria da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.