Alô Brasília - 04/05/2015
O Banco do Brasil aderiu ao home office. Na semana passada,
nove funcionários da área de tecnologia do banco, no Distrito Federal e em São
Paulo, receberam autorização para trabalhar de casa. A proposta ainda é
experimental, mas a ideia é que, até o fim do primeiro semestre, 100
trabalhadores cumpram suas jornadas fora do escritório. Além da diretoria de
tecnologia, funcionários da diretoria de operações também serão contemplados.
As áreas de recursos humanos e de mercado de capitais avaliam se vão aderir ao
chamado teletrabalho .
O principal objetivo é reduzir custos estruturais. Para
afastar o fantasma da queda na produtividade - uma questão recorrente quando o
assunto é home office -, o banco determinou que as metas para esses servidores
sejam 15% superiores às dos demais. No máximo, 50% de cada equipe poderá
trabalhar de casa. Está previsto um revezamento entre os funcionários.
O público preferencial são mulheres e pessoas com
deficiência. O servidor só pode exercer a função em casa se a área responsável
pela segurança do trabalho certificar o lugar. Os gestores também receberam
capacitação para acompanhar o cumprimento das metas.
Mesmo de casa, os funcionários terão de bater ponto e
cumprir a mesma carga horária.
Além disso, devem comparecer ao banco um dia por semana e
precisam manter telefones sempre ligados e consultar diariamente o e-mail. Os
funcionários não podem se ausentar de onde estão lotados e precisam atender às
convocações para comparecer ao banco.
O diretor de Gestão de Pessoas do BB, Carlos Alberto Araújo
Netto, diz que o banco levou em conta experiências do setor público (Tribunal
de Contas da União, Tribunal Superior do Trabalho e Universidade de Brasília e
de empresas privadas, como Citibank e Oi. A ideia é dialogar com as
características de cada funcionário e abrir a possibilidade para o novo.
O projeto é facultativo, a critério da conveniência e
oportunidade do banco. Ou seja, não é um direito do trabalhador. Da mesma
forma, a adesão ou retorno é uma opção do servidor. O home office é restrito às
funções em que seja possível mensurar objetivamente o desempenho do servidor
sem a necessidade da presença física. Não é o caso da maioria dos 112 mil
funcionários do BB - os 65% que exercem suas funções nas agências espalhadas em
todo o País.
Para selecionar os primeiros nove funcionários que iriam
trabalhar de casa, o banco fez um processo seletivo com 40 candidatos. Os
sindicatos receberam bem a proposta, mas querem acompanhar o impacto na vida
dos trabalhadores.
Segundo o professor de administração pública da Universidade
de Brasília (UNB), José Matias-Pereira, o sistema de home office pode elevar a
produtividade em até 20%. É importante para melhoria na oferta de serviços
públicos e redução de custos. Ele acredita que, se a experiência do BB for
bem-sucedida, o modelo deve ser expandido para outras empresas públicas.