BSPF - 08/06/2015
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já disse que o
aumento de 27,3% reivindicado pelos servidores é "irreal". Diversas
categorias ameaçam cruzar os braços e emperrar a máquina pública
Os servidores federais aumentarão nesta semana a pressão
sobre o governo para obter reajustes salariais. Lideranças sindicais acusam o
governo de protelar as negociações com a categoria e alertam que isso poderá
desencadear uma onda de greves em todo o país. O primeiro movimento nesse
sentido começará nesta terça-feira (9/6), quando funcionários do Poder
Judiciário e do Ministério Público da União (MPU) iniciam uma paralisação por
tempo indeterminado.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já disse que o
aumento de 27,3% reivindicado pelos servidores é “irreal”. Caso ele fosse
concedido, as despesas federais aumentariam cerca de R$ 70 bilhões, o mesmo
valor do contingenciamento do Orçamento de 2015. Para as entidades sindicais, o
problema é o que chamam de “embromação” oficial. Por isso, diversas categorias
ameaçam cruzar os braços e emperrar a máquina pública. “Os programas de combate
à corrupção e à sonegação ficarão parados, se o governo não der uma sinalização
sobre a reestruturação da carreira”, ameaça Heráclio Camargo, presidente do
Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz).
Além de reajuste, os servidores do Judiciário e do MPU, que
entram em greve hoje, também querem mudanças na carreira. “Vamos pressionar o
Senado a votar o Projeto de Lei 28/2015, que trata do plano de cargos e
salários. Nosso último reajuste foi em 2006. De lá para cá, há uma defasagem
superior a 56%”, afirma José Rodrigues, diretor do Sindicato dos Trabalhadores
do Poder Judiciário no Distrito Federal (Sindjus/DF).
No mês passado, mais de 1,3 mil procuradores entregaram
cargos de confiança. “Demos prazo de 15 dias para a publicação das exonerações
no Diário Oficial – vencido na última sexta-feira. Consideramos a atitude uma
forma de assédio, pois ninguém é obrigado a se manter gestor em situação
desfavorável. Como não houve resposta, nenhum procurador tomará medidas
decisórias. Os atos serão encaminhados à cúpula, em Brasília, para que ela
resolva”, disse Camargo.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal
(Condsef, que representa 80% do funcionalismo) aprovou indicativo de greve para
a primeira semana de julho, caso o governo não apresente propostas concretas.
Com informações do Correio Braziliense