Alessandra Horto e Hélio Almeida
O DIA - 24/08/2015
O governo federal deixou os servidores sem margem de
negociação para tentar reverter os 21,3% de aumento salarial apresentados e já
rejeitados no último mês. As entidades sindicais esperavam uma resposta para a
sexta-feira, mas teve o silêncio como posicionamento.
A expectativa é que haja alguma sinalização definitiva a
partir de hoje. De qualquer forma, mesmo que sendo posto à mesa um aumento
superior a 21,3%, as centrais sindicais terão poucos dias ou talvez horas, para
levar a alternativa para votação em suas bases regionais. A Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) de 2016 tem que ser apresentada ao Congresso até a próxima
segunda-feira. E para isso, é necessário que o governo e entidades sindicais já
tenham assinado os acordos nesta semana.
Servidores de diversos órgãos públicos estão em greve e
parte da população tem sofrido com as repartições fechadas ou funcionando de
forma parcial. Caso dos segurados do INSS que têm encontrado dificuldades para
agendar perícias médicas, revisão de benefícios e pedido de aposentadoria.
O secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo, afirmou que a
greve é a resposta do funcionalismo para o silêncio do governo. E lamenta que o
cidadão acabe sendo prejudicado em algumas situações.
O coordenador-geral do Sintufrj, Francisco de Assis, também espera
uma resposta para hoje: “Estamos prevendo assembleias de quarta até
sexta-feira. Dependendo do que vier, podemos rejeitar e ficar de fora. É o
risco”.
O coordenador-geral Gibran Ramos Jordão declarou que faz
parte da tática do governo prejudicar a categoria, assim o movimento não terá
tempo para discutir e se articular para decidir a não inclusão na LDO: “A
semana promete com as mesas de negociação. Estamos preparados para enfrentar
embates nesta semana”.