Alessandra Horto
O Dia - 11/09/2015
Os servidores que compõem a base da Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) voltam ao trabalho na
próxima segunda-feira, após 50 dias em greve. A decisão foi aprovada ontem,
durante a plenária promovida pela entidade, que teve a participação de
integrantes de 21 estados e do Distrito Federal. Servidores do INSS não
integram a confederação e seguem em greve. Os representantes autorizaram a
confederação a assinar hoje o acordo com o Ministério do Planejamento, que
prevê o índice de 10,8% em dois anos, de 2016 a 2017. A entidade, que
representa 500 mil servidores federais do Poder Executivo, oficializou ainda
ontem ao Ministério do Planejamento que aceitaria o acordo, mas com ressalvas.
Segundo Sérgio Ronaldo, secretário-geral da Condsef, a
categoria precisa entender se o índice de aumento vai incidir no vencimento-base.
Também há exigência de que haja garantias de que o governo vai manter o diálogo
sobre outros assuntos relacionados às carreiras: “O detalhamento será
importante para assegurar que um acordo possa ser firmado”. De toda a base da
Condsef, Incra, Ibama, Instituto Chico Mendes, Ministério Meio Ambiente,
Instituto Evandro Chagas e Cultura pediram para prosseguir em negociação.
CORTE DE PONTO
Os servidores também querem discutir hoje na reunião com o
Ministério do Planejamento o corte de ponto. A ideia é começar a esquematizar a
compensação dos dias parados e a melhor alternativa para que os servidores
possam receber os valores que foram descontados dos grevistas. A ideia é
agilizar esse processo de negociação.
“UMA VITÓRIA”
De acordo com Sérgio Ronaldo, a categoria sabe que tem que
avançar muito sobre as questões remuneratórias, mas que foi “uma vitória”
conseguir fazer com que o governo recuasse da ideia inicial de parcelar o
aumento em quatro vezes: “Conseguimos fazer com o que governo pagasse o nosso
reajuste em dois anos, dando maior negociação”.