BSPF - 10/09/2015
Em muitas instituições, servidores e docentes estão parados
há mais de três meses e não há previsão de retorno às aulas
Nesta quinta-feira, 10, várias faculdades e institutos de
ensino federais completam 106 dias de greve. A paralisação foi motivada pelos
cortes do governo na Educação que causaram problemas nos pagamentos. Na maior
parte das instituições, a greve começou pelos servidores e foi apoiada pelos
docentes.
Segundo a Fasubra (Federação de Sindicato dos Servidores),
os servidores estão em greve em 60 de 63 faculdades federais, além de seis
institutos do país. Já os professores, segundo o Andes (Sindicato dos
Docentes), interromperam as atividades em 37 universidades e 4 institutos.
Além das aulas, outros serviços estão suspensos, como
bibliotecas, laboratórios e restaurantes universitários, o que prejudica a
alimentação dos alunos de baixa renda que utilizam moradias estudantis. As
bolsas dos alunos também foram suspensas em alguns casos.
Os docentes explicam que o corte do Governo Federal na
educação teve impacto direto na rotina das universidades. O repasse para o
pagamento de contas básicas, como luz, água, limpeza e segurança, diminuíram
11% e os investimentos em pesquisas e bolsas caiu 46%. Essas reduções causaram
problemas estruturais, como falta de água, elevadores sem manutenção e até
falta de papel higiênico.
Os servidores exigem reajuste de 27,3% para voltar aos
trabalhos, de acordo com a Fasubra, esse aumento seria para repor as perdas
salariais dos últimos anos. O governo fez uma proposta de reajuste de 21,3%
diluído em quatro anos, que foi prontamente recusada pelo sindicato. Uma nova
oferta, de 10,8% em dois anos, está sendo estudada pelos sindicalistas.
Em nota, o Ministério da Educação afirmou estar preocupado
com a situação dos alunos que estão sem aulas, e disse estar disponível para
dialogar com as lideranças do movimento de greve. O MEC preferiu não entrar em
detalhes sobre os problemas causados pela falta de dinheiro.
Fonte: Opinião & Notícia