BSPF - 21/09/2015
Segundo o presidente da Câmara, ajuste fiscal seria
comprometido se o aumento salarial fosse aprovado
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha,
manifestou preocupação com a pauta de análise de vetos prevista para a
terça-feira (22), em sessão do Congresso Nacional marcada para começar às 19
horas. Eduardo Cunha concedeu entrevista coletiva no Salão Verde da Câmara,
nesta segunda-feira (21), após almoçar com o vice-presidente da República,
Michel Temer. Ao todo, 32 vetos a projetos aprovados pelo Legislativo serão
analisados por deputados e senadores. O mais polêmico trata do reajuste de
78,56% nos salários do Poder Judiciário, com impacto financeiro de R$ 25,7
bilhões. Para Cunha, a derrubada desse veto seria preocupante em período de
ajuste fiscal.
"Concretamente, não se deve derrubar esse veto. Seria
uma atitude de colocar mais gasolina na fogueira, de acender fósforo em tanque
de gasolina. Eu não sou partidário disso. O ideal seria até não votar isso
amanhã, mas o excesso de adiamentos leva a outro tipo de problema: o acúmulo de
vetos”, disse Cunha. Conforme ele lembrou, não seria possível votar os projetos
de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) de
2016 sem antes analisar os vetos que trancam a pauta do Congresso.
Cunha voltou a criticar o governo pelos esforços
insuficientes, na sua avaliação, para cortar gastos públicos. Ele citou os R$
200 milhões por ano que o Executivo espera economizar com a extinção de 10
ministérios e, para comparar, ressaltou que a Câmara, sozinha, vai economizar
R$ 80 milhões por ano só com a adequação das horas-extras pagas aos servidores.
Ele voltou a defender a fixação do número de ministérios em 20, conforme prevê
a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 299/13, de sua autoria, em tramitação
na Casa.
Com informações da Agência Câmara Notícias