Agência Brasil
- 21/09/2015
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
disse hoje (21) que a votação do veto presidencial ao reajuste dos servidores
do Poder Judiciário é um assunto preocupante em período de ajuste fiscal. De
acordo com o deputado, até o adiamento da votação de amanhã (22) para outro
momento poderia ser uma saída.
"Concretamente, não se deve derrubar esse veto. Seria
uma atitude de colocar mais gasolina na fogueira, de acender fósforo em tanque
de gasolina. Eu não sou partidário disso”, afirmou.
Conforme Eduardo Cunha, o ideal seria até não votar os vetos
nesta terça-feira, mas, segundo ele, o adiamento da votação poderia levar a
outro tipo de problema, que seria o acúmulo de matérias para serem apreciadas
pelo Congresso. “Não se pode votar LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e o
Orçamento se não decidir os vetos”, disse.
Para o presidente da Câmara, a situação das votações dos
vetos está mudando. “Sinceramente, acho que se fosse [a votação] há duas
semanas derrubava-se [o veto]. Hoje, não vejo assim. Até líderes da oposição
estão mais comedidos a respeito do assunto.”
Eduardo Cunha acrescentou que, à medida que o governo vem
com déficit [no Orçamento], "não tem sentido a gente recriminar as
propostas de criação de impostos e ajudar a criar despesas”.
A votação do veto do reajuste nos salários do Judiciário em
até 78,56 %, considerado o mais polêmico, é um dos 32 vetos da pauta de
votações da sessão do Congresso Nacional, marcada para amanhã. a partir das
19h.
Desde que a presidenta Dilma Rousseff vetou o reajuste,
todas as terças e quartas-feiras servidores do Judiciário lotam as dependências
da Câmara e do Senado, com cartazes para pressionar parlamentares.