BSPF - 08/09/2015
Servidores querem voltar ao trabalho. Reajuste de 10,8% pode
vir no ano que vem ou em 2017
A greve dos servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) chegou a dois meses e, pela primeira vez desde o início das
negociações, tem perspectivas de terminar.
“O dia 11 (sexta-feira) é o nosso limite. O servidor quer
voltar dignamente ao seu local de trabalho. Sabemos que a greve afetou muito os
segurados, mas não era nossa intenção. Foi o governo quem demorou para
negociar”, disse Fábio Arruda, diretor do Sinsprev-SP (Sindicato dos Servidores
da Previdência em São Paulo) e funcionário do INSS desde 2003.
Nos próximos dias, os servidores vão avaliar a proposta de
reajuste de 10,8% divida em dois anos, que o governo fez no final da semana
passada.
Os servidores queriam um aumento de 27% e a incorporação das
gratificações ao salário, além de novos concursos públicos para repor um
déficit de seis mil vagas no quadro de funcionários do INSS.
A última greve nacional dos servidores foi em 2009 e durou
34 dias. “A diferença é que agora em 2015 a mobilização foi maior. Os
servidores estavam esgotados, de saco cheio e queriam mudanças. Tanto que
tivemos duas ocupações na superintendência e muito engajamento”, disse Arruda.
Dois meses depois, o sindicato avalia que a greve superou as
previsões da entidade em relação à adesão dos servidores de diferentes
escalões.
“Teve coisas inéditas, como a entrega de cargos de chefia e
a recusa do RH de fazer o corte do ponto dos colegas em greve”, disse Arruda.
Atendimento/ Enquanto os servidores pressionavam o governo
por uma negociação, o atendimento nos postos ficou quase parado. A espera por
uma perícia médica já chega a 90 dias na capital. Para conseguir agendar o
pedido de aposentadoria, o trabalhador só consegue vaga para 2016.
A Justiça determinou que o sindicato deve manter um quadro
de 60% dos servidores trabalhando. “Estamos cumprindo a determinação, mas quem
abre ou não o posto é o gerente da agência”, disse Arruda.
Fonte: Diário de S. Paulo