BSPF - 04/09/2015
Os servidores públicos técnico-administrativos das
universidades federais estão em greve há mais de três meses, diminuindo o ritmo
de atendimento aos docentes e estudantes e comprometendo o funcionamento de
alguns serviços. De acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores
Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra),
servidores de 63 instituições públicas aderiram à paralisação.
“Esta semana foram realizados atos em diversas universidades
para marcar a greve nacional”, informou o coordenador-geral da Fasubra, Rogério
Marzola. Hoje (3) pela manhã, na Universidade de Brasília, manifestantes
bloquearam o acesso de algumas vias com pneus e fecharam a reitoria e o Centro
de Processamento de Dados. Eles permaneceram no local até 15h.
Segundo a Fasubra, a greve deste ano é uma continuidade das
reivindicações dos trabalhadores em 2014, quando a paralisação dos servidores
foi suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou que o
governo deveria negociar com os trabalhadores até o dia 30 de junho daquele
ano. “O governo descumpriu o prazo e não negociou. Foi isso que nos remeteu à
greve deste ano”, afirmou Rogério.
A principal demanda da categoria é a reposição das perdas
salariais dos últimos anos. “Para recuperarmos o poder de compra de 2010, é
preciso repor 27,3% nos salários”, disse Marzola. Segundo ele, foi oferecida
verbalmente à categoria 21,3% de reajuste em quatro anos. “A oferta pode ser
parecida, mas os 27% que pedimos é apenas para recuperar as perdas. O governo
propõe 21% em quatro anos. Então, após esse período a perda será maior que já é
hoje, pois a inflação prevista para os próximos quatro anos é superior aos
21%.”
A Federação informou que o governo ainda não apresentou uma
proposta oficial para acabar com a greve. “Até agora, tivemos muitas conversas
com os ministérios da Educação e do Planejamento, mas não recebemos nenhum
documento formal. Eles ficaram de encaminhar dia 14 de agosto, prorrogaram para
o dia 17, depois 24, depois 31, dia em que fechava a lei orçamentária, mas até
agora não recebemos nada”, acrescentou informou o coordenador-geral da Fasubra.
Em nota publicada no dia 21 de agosto, o Ministério da
Educação se disse preocupado com a greve, em especial com os alunos sem aulas
nas 30 universidades em que os docentes também pararam. O MEC também informou
que sempre se colocou à disposição para dialogar com as entidades e
instituições federais. “O esforço do governo federal tem sido incansável para
garantir o diálogo contínuo e a solução para a greve. O MEC e o Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão têm trabalhado em conjunto para reestabelecer
a atividade acadêmica.”
Segundo a nota, de fevereiro de 2014 a agosto de 2015
representantes do ministério se reuniram com a entidade 23 vezes para tratar da
agenda de reivindicações. Uma nova reunião está marcada para amanhã (4).
Além de salário, os grevistas também pedem ajuste nas
carreiras, como mudanças na carga horária e maior participação nas decisões das
universidades. Outra demanda é por mais recursos para as universidades. De
acordo com a Fusabra, várias instituições passam por dificuldades sérias em
decorrência de cortes orçamentários que levaram ao contigenciamento de verbas
de custeio.
Fonte: Agência Brasil