BSPF - 16/09/2015
Os servidores públicos federais marcam paralisação geral de
24 horas com atos em todos os estados na próxima quarta-feira (23) contra a
decisão do governo de congelar por sete meses o reajuste dos salários do
funcionalismo. Em Brasília, os servidores federais devem ratificar a atividade
do Dia Nacional de Luta em assembleia nesta quinta-feira (17), às 12h30, no
espaço do servidor, na Esplanada dos Ministérios.
A orientação de paralisar foi tirada em reunião que acabou
na madrugada da quarta-feira (16) a Confederação dos Trabalhadores no Serviço
Público Federal (Condsef) e mais 20 entidades representativas dos servidores
montaram uma estratégia para tentar reverter a decisão do governo de arrochar
salários.
“Nosso objetivo é derrubar esse ajuste de fiscal e mostrar
para o governo que somos fortes e não vamos aceitar o retrocesso. Por isso, no
dia 23, nós vamos pras ruas demonstrar nossa indignação contra esse pacote de
medidas que só traz prejuízos aos servidores e à população”, explica Sérgio
Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef.
Na próxima segunda-feira (21) o Fórum dos Servidores
Federais, composto por sindicatos e centrais sindicais, reúne-se em Brasília
para organizar a mobilização do dia 23. O dirigente não descarta a
possibilidade de a categoria convocar uma greve geral por tempo indeterminado.
“Em conjunto com o Fórum, nós buscaremos ampliar o movimento em todo o Brasil”,
avalia.
Pela estimativa da Condsef, que reúne 36 sindicatos que
representam 80% dos servidores do Executivo, cerca de 100 mil dos 850 mil do
Executivo já estão em greve atualmente. De acordo com o Ministério do
Planejamento, a maior parte dos grevistas está lotada nas 56 universidades
federais. Técnicos administrativos, docentes e servidores federais da educação
dessas instituições de ensino estão em greve há mais de 100 dias, em alguns
casos. Já os servidores do INSS estão em greve há 72 dias.
Na terça-feira (15)
mesmo, os fiscais do Ministério da Agricultura foram os primeiros a
informar o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, de que entrariam em greve
a partir desta quarta, como resposta ao anúncio feito na segunda de adiar o
reajuste de janeiro para agosto. Outras categorias do funcionalismo já chegaram
a entrar em greve – como os funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego –
e retomaram as atividades.
A Condsef divulgará um manifesto contra o ajuste fiscal nas
próximas horas. Os sindicatos ainda criticam a decisão de eliminar o abono de
permanência, benefício pago aos servidores que adquirem o direito de se
aposentar, mas que continuam trabalhando. De acordo com dados oficiais, há 101
mil servidores nessa situação, com previsão de mais 123 mil para os próximos
cinco anos.
Fontes: CUT Brasília com Agência Estado