Contas Abertas
- 08/09/2015
O feriado de 7 de setembro emendou com o final de semana
neste ano. Se não fosse a crise, muitos brasileiros poderiam viajar e
precisariam pagar hotéis e pousadas. Com o ajuste fiscal, a União (Executivo,
Legislativo e Judiciário) até diminuiu os gastos com diárias para os
funcionários públicos, mas os valores já somaram R$ 553 milhões. Com esse
volume de recursos destinados às diárias dos servidores em viagens a trabalho é
possível viver por 216 anos na mais cara suíte do Copacabana Palace, no Rio de
Janeiro. Com 300 metros quadrados, a “penthouse”, como é conhecida a cobertura
do sexto andar, custa cerca de R$ 7 mil por dia e inclui serviços de mordomo.
Como de costume, o Ministério da Justiça lidera o ranking
dos órgãos com maiores dispêndios em diárias, com R$ 88,8 milhões. A maior
parcela dos gastos foi realizado pela Coordenação de Administração do
Departamento da Polícia Federal (R$ 8,9 milhões) e pela Superintendência
Regional do Estado do Rio Grande do Sul (R$ 3,6 milhões). Em seguida, está o
Ministério da Defesa, que executou R$ 85,1 milhões. Dentre os gastos
destacam-se os valores pagos para viagens internacionais. É o caso da
Subdiretoria de Pagamento de Pessoal no Exterior, que já desembolsou R$ 7,1
milhões, e da Comissão do Exército Brasileiro em Washington, nos Estados
Unidos, que já arcou com R$ 4,5 milhões em diárias. Além disso, R$ 4,3 milhões
foram desembolsados pelo Departamento de Administração Interno da Pasta.
O
Ministério da Educação está logo atrás com R$ 72 milhões desembolsados em
diárias. O Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais já pagou
R$ 5 milhões para hospedagem neste ano. Logo depois estão as universidades
federais do Pará (R$ 3,1 milhões), Santa Maria (R$ 1,7 milhão) e Bahia (R$ 1,6
milhão). O governo federal limitou as despesas com contratação de bens e
serviços e com diárias e passagens de órgãos do Poder Executivo para 2015. A
medida tem como objetivo adequar os gastos ao contingenciamento orçamentário
anunciado pelo governo, o que, por enquanto está dando certo.
Até agosto do ano
passado, os gastos haviam sido 32% maiores do que neste ano e já tinham
alcançado R$ 730,1 milhões. No Ministério da Justiça, por exemplo, R$ 180
milhões tinham sido desembolsados em diárias. Os ministérios da Fazenda e da
Educação estavam logo atrás, com dispêndios de R$ 116,8 milhões e R$ 90,8
milhões, respectivamente.
Passagens
Os gastos da União (Executivo, Legislativo
e Judiciário) com passagens aéreas e locomoção também sofreram queda neste ano.
Entre janeiro e agosto de 2015, os gastos com esse tipo de despesa alcançaram o
valor de R$ 766 milhões. Em igual período de 2014, o montante foi de R$ 858,1 milhões.
Isto é, diferença de R$ 92,1 milhões ou 11%.
O levantamento do Contas Abertas,
relativos ao gastos com passagens, levou em consideração o elemento de despesa
33, rubrica que engloba gastos com bilhetes aéreos, excesso de bagagens,
transporte de servidores, pedágio, entre outros. Os valores são correntes.