Correio da Bahia
- 22/12/2015
Projeto Esplanada Sustentável pretende reduzir consumo de
energia e água em prédios públicos brasileiros
Você sabia que cerca de 50% de toda a energia elétrica
consumida no país vem de prédios residenciais, comerciais, de serviços e
públicos? Para tentar reduzir a parcela de consumo neste montante, o governo
federal tomou uma iniciativa: desde fevereiro deste ano, os funcionários que
trabalham em prédios públicos federais precisam seguir novas regras para
economizar energia.
No dia 13 de fevereiro foi publicada no Diário Oficial da
União (DOU) uma portaria que estabelece as medidas a serem adotadas para
reduzir o consumo de energia elétrica e também de água nos prédios públicos
brasileiros. É o chamado Projeto Esplanada Sustentável.
Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga,
afirmou que o objetivo era reduzir o consumo de energia nos edifícios federais
em cerca de 30%. Entre as orientações, estão medidas simples, como manter
portas e janelas fechadas quando o ar-condicionado estiver ligado, desligá-lo
quando não houver ninguém no ambiente de evitar usá-lo no horário de pico – ou
seja, após as 18h.
A preocupação com ar-condicionado tem fundamento. Um estudo
feito pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e pela
Eletrobras, em 2001, 48% do consumo de energia elétrica em prédios públicos vem
do ar-condicionado, enquanto 24% é gasto com iluminação, 15% com equipamentos
de escritório e 13% com elevadores e bombas. Entre os prédios públicos, 46% dos
gastos são em prédios federais, 31% em edifícios municipais e 24% em construções
estaduais.
Em 2001, segundo a Eletrobras, os prédios públicos
brasileiros consumiam algo em torno de 8,5 bilhões de kWh por ano, o que
significava que 643 milhões de dólares eram destinados a pagar somente pelo
consumo de energia elétrica durante um ano.
Com estes números, os servidores têm ainda mais
recomendações: desligar monitor dos computadores, impressoras, estabilizadores
e caixas de som após o uso e evitar que portas de geladeiras e freezers fiquem
abertas sem necessidade. Outra prática incentivada é desligar as luzes que não
estiverem em uso, principalmente durante o horário de almoço e após o
expediente. Também se deve acionar apenas um elevador e, sempre que possível,
usar as escadas para acessar os primeiros andares.
Nenhuma das medidas recomendadas pelo Ministério de Minas e
Energia (MME) difere das práticas de economia consciente que o cidadão comum
deve adotar em casa e até em empresas privadas para ajudar a economizar
energia. Mas, nos prédios públicos, o acompanhamento dos resultados é feito por
meio de relatórios enviados pelos gestores de cada área.
Para garantir que a economia aconteça, de fato, o MME
lançou, no dia 18 de março, um Guia para Eficiência Energética nas Edificações
Públicas. O material, de quase 300 páginas, ensina os gestores a como trabalhar
para ajudar a reduzir o consumo.
O governo também instituir a etiquetagem em edificações
públicas, o que obriga que os próximos prédios construídos com verba federal
tenha um padrão sustentável e econômico. Segundo informações do governo
federal, os novos prédios construídos de acordo com os padrões instituídos pela
Etiquetagem PBE Edifica podem alcançar uma economia de até 50%. Já os prédios
existentes, depois de grandes reformas nos mesmos padrões, podem economizar até
30% de energia.