Agência Câmara Notícias
- 17/12/2015
Servidores da carreira de desenvolvimento de políticas
sociais estiveram na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (16) para
reivindicar melhorias no salário e na forma como trabalham. A carreira teve
seus primeiros servidores nomeados há dois anos pelo governo federal com o
objetivo de acompanhar e avaliar políticas sociais.
Em audiência pública das comissões de Seguridade Social e
Família; e de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, representantes
dos servidores pediram para ganhar o mesmo que os analistas de infraestrutura,
que recebem cerca de R$ 10 mil por mês – R$ 3 mil a mais que os analistas de
políticas sociais, apesar de os cargos terem sido criados na mesma lei e com a
mesma remuneração.
Os servidores também querem ser ligados diretamente ao
Ministério do Planejamento e defendem a possibilidade de trabalhar em vários
ministérios ao mesmo tempo. Eles argumentam que, para que uma política social
dê certo, vários setores precisam agir em conjunto. Atualmente, são 800
analistas, divididos em 12 ministérios, e não há uma chefia única da categoria.
Para o representante da Associação Nacional da Carreira de
Desenvolvimento Social (Andeps), Nicolas Crapes, a atual situação não é a ideal
e prejudica indiretamente a população. "O enfraquecimento de uma carreira
que lida exclusivamente com o desenvolvimento de políticas sociais acarreta perda
da qualidade das políticas sociais, desde a sua formulação até o seu
desenvolvimento e execução direta na ponta”, afirmou.
Ausência no debate
O Ministério do Planejamento e a Casa Civil da Presidência
da República foram convidados a participar da audiência, mas não mandaram
representantes. O autor do pedido do debate, deputado Eduardo Barbosa
(PSDB-MG), criticou essa ausência. "É uma sinalização clara de que eles
não querem tratar do assunto”, disse.
Para o deputado, a comissão tentou promover um diálogo que
ainda precisa ocorrer. “A Câmara dos Deputados estará ao lado dos servidores
para mediar essa conversa, não para o bem de uma corporação, mas para o bem de
uma política pública que nós defendemos aqui”, declarou.
Os deputados presentes disseram que vão tentar aprovar nas
comissões a convocação do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para
explicar o porquê da suposta desvalorização da carreira de analista de
políticas sociais.
Conquista de direitos
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), a criação dos cargos de
analista de desenvolvimento de políticas sociais, com concurso público, foi uma
conquista para o Brasil.
"Essa carreira significa o primeiro reconhecimento de
que nós precisamos de um corpo de servidores e servidoras que tenham a
capacidade e a expertise para lidar com as necessidades de superarmos as
desigualdades no País. [Esses servidores] exercem uma função de construção de
políticas sociais que são absolutamente imprescindíveis para que nós possamos
assegurar direitos", disse a deputada.