sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Governo pretende limitar crescimento do gasto público


Agência Brasil     -     19/02/2016




Logo depois de anunciar a intenção de criar mecanismos de abatimento que podem viabilizar um déficit primário de R$ 60,2 bilhões neste ano, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse hoje (19) que o governo pretende enviar, até o fim de março, um projeto de lei complementar para limitar o crescimento do gasto público nos próximos anos. Segundo ele, haverá um teto para vários anos que seria incorporado ao Plano Plurianual (PPA).

“A experiência dos últimos anos tem demonstrado que a regra mais eficiente é colocar limite para crescimento do gasto. O debate fica mais focado na composição do gasto. Isso aperfeiçoa e coloca o debate fiscal onde tem que estar, na composição do gasto público”, declarou o ministro, em entrevista no Palácio do Planalto.

De acordo com Barbosa, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) fixará o valor nominal do limite de gastos para cada ano. Caso os gastos estourem o teto, serão acionadas automaticamente medidas de redução da despesa para o ano seguinte. A proposta prevê que o ajuste automático seja implementado em três estágios, conforme a magnitude do excesso de gasto.

No primeiro estágio, ficam proibidas a concessão de novas desonerações, o aumento real (acima da inflação) das despesas de custeio (manutenção da máquina pública) e discricionárias (não obrigatórias), a realização de concursos públicos, a contratação de servidores e a criação de cargos e o aumento real de salários dos funcionários do governo.

O segundo estágio suspende a ampliação de subsídios, o aumento nominal (sem considerar a inflação) das despesas de custeio e discricionárias e o reajuste nominal de salários dos servidores públicos. A terceira etapa determina a redução da despesa de benefícios dos servidores, a redução da despesa com servidores sem estabilidade e a suspensão de aumentos reais do salário mínimo.

Segundo Barbosa, a limitação se insere num contexto de outras ações do governo para conter o crescimento de gastos obrigatórios e aumentar a receita, como a reforma da Previdência Social, que será enviada ao Congresso até o fim de abril, e a aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), para vigorar de 2016 a 2019.

Ao explicar o projeto, o ministro ressaltou que os valores dos limites de gastos ainda não estão estabelecidos e só serão divulgados no envio do projeto de lei complementar ao Congresso. Segundo Barbosa, os limites trarão mais clareza no médio e longo prazo para a execução do Orçamento e evitarão pressões para o aumento da carga tributária.

“Ao limitar os gastos públicos, nós evitamos pressão recorrente para o aumento da carga tributária. Se o gasto for estável, não precisa aumentar. Se eu conseguir conter o crescimento do gasto obrigatório, terei espaço para o aumento dos gastos discricionários e as ações de estabilização fiscal quando for necessário”, disse o ministro.


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra