Agência Brasil - 02/05/2016
Na fase de arguição dos especialistas que apresentaram
elementos favoráveis ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff nesta
segunda-feira (2), a temperatura subiu na Comissão Especial do Impeachment no
Senado com uma questão de ordem, colocada pelo líder do Democratas na Casa,
senador Ronaldo Caiado (GO).
Ele acusou uma assessora da Advocacia-Geral da União (AGU)
de desvio de função em horário de trabalho. Segundo ele, Lilian Barros de
Oliveira estaria na comissão prestando assessoria à base do governo, o que
avaliou ser "inadmissível".
Além de Lilian, Caiado também citou um servidor do
Ministério da Justiça, Gabriel Sampaio, que afirmou estar incorrendo no mesmo
erro.
Senadores governistas reagiram. “Nunca falei com essa
pessoa. Era bom saber quem é a pessoa a que vossa excelência se refer”, disse a
senadora Gleisi Hoffmann (SC) sobre a servidora da AGU.
Outro petista, Lindbergh Farias (RJ), também negou que
parlamentares contrários ao impedimento estivessem recebendo qualquer tipo de
auxílio. “ Não conheço nenhuma senhora Lilian que esteja nos assessorando”,
afirmou, lembrando que a AGU tem todo direito de acompanhar a discussão.
Sobre a questão de ordem de Ronaldo Caiado, o presidente do
colegiado, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), pediu calma e esclareceu que Lilian
Oliveira é credenciada pela AGU para participar da reunião com autorização da
comissão. “Se alguém verificar que ela está dando informações a qualquer dos
senadores, quero ser comunicado”, pediu Lira, ressaltando que, se for
constatada ajuda, ela será retirada da comissão.
Com relação a Gabriel Sampaio, Lira disse que trata-se de um
assessor legislativo do Ministério da Justiça, que também é autorizado a
acompanhar a sessão. O senador apelou por calma e tranquilidade, afirmando que
é isso que a população espera dos senadores.
A sessão já dura mais quatro horas e os senadores seguem
fazendo perguntas aos especialistas.