Correio Braziliense
- 19/05/2016
As carreiras que fecharam acordo no dia da votação do
impeachment no Senado têm pressa em saber qual será o posicionamento do novo
ministro do Planejamento, Romero Jucá, sobre as propostas. Para valerem, os
acordos precisam da aprovação do atual governo, pois, como os reajustes foram
acertados para o ano que vem, precisam ser encaminhados ao Congresso Nacional,
até agosto, prazo final para envio da Lei Orçamentária de 2017.
Assinaram termo com a Secretaria de Gestão de Pessoas e
Relações de Trabalho (SEGRT): analistas técnicos de políticas sociais,
analistas de infraestrutura, peritos agrários do Incra, delegados, peritos,
escrivães, papiloscopistas e agentes da Polícia Federal e servidores do
Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) e da Polícia
Rodoviária Federal.
Porém, desde a posse da equipe do governo interino, a
sinalização é de que as negociações de última hora serão analisadas.
Os representantes sindicais esperam ter oportunidade de
discutir as propostas com o novo ministro da pasta. No caso da Polícia Federal,
o acordo firmado prevê reajuste de 10,8%, em janeiro de 2017, com bônus de R$ 3
mil para delegados e peritos e de R$ 1,8 mil para agentes, escrivães e
papiloscopistas, além de aumento de 4,75% e 4,5%, em 2018 e 2019,
respectivamente. O presidente da Federação Nacional do Policiais Federais
(Fenapef), Luís Boudens, tem expectativa de ser recebido ainda esta semana para
tratar da negociação. “Queremos que o governo faça a adequação de tornar os
reajustes igualitários para todas as carreiras da PF. Não tivemos tempo para
conversar no momento que assinamos”, afirmou .
Impacto
Os servidores do Dnit, analistas e especialistas em
infraestrutura e peritos do Incra concordaram com aumento de 27,9% em três
anos: 12,8% em janeiro de 2017, 6,6% em 2018 e 6,3% em 2019. O secretário-geral
da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio
Ronaldo da Silva, argumenta que os reajustes terão pouco impacto no orçamento e
por isso não vê motivos para não serem mantidos. “Nossos acordos são com o
Estado. Independentemente de quem esteja no comando, vamos continuar negociando”,
explicou.
O presidente da Associação Nacional dos Analistas e
Especialistas em Infraestrutura (AneInfra), Rodolpho Salomão, considerou um
alívio assinar o acordo, já que os debates haviam sido suspensas no dia
anterior, mas ainda espera discutir a reestruturação da categoria com o novo
governo. “Apresentamos proposta que prevê que os ajustes salariais aconteçam
progressivamente de acordo com o plano de carreira. É lamentável que a
categoria tenha se dedicado por um ano de negociação para acabar em um acordo
às pressas”, apontou.