Gazeta de Alagoas
- 08/06/2016
Cascata. Propostas que afetem os estados devem ser
descartadas
Brasília – Integrantes da base do governo no Senado já
admitem que o pacote de reajuste para o funcionalismo federal, cujo impacto é
estimado em ao menos R$ 58 bilhões até 2019, não será aprovado integralmente
pela Casa.
Senadores tendem a barrar especialmente as propostas que
desencadeariam o chamado “efeito cascata”, aumentando também os gastos de
Estados e municípios, como a que eleva os salários dos ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil.
A Câmara aprovou na semana passada 14 projetos de lei que
aumentam salários de diversas categorias. Os reajustes, porém, precisam ser
chancelados pelo Senado.
O próprio líder do governo na Casa, senador Aloysio Nunes
(PSDB-SP), diz que vai avaliar os projetos “um a um” na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) e que o Congresso não pode, em meio à crise, “espetar uma faca
nos governadores que já mal conseguem pagar as contas que têm hoje”.
REPERCUSSÃO RUIM
O sinal verde do governo interino de Michel Temer para a
aprovação desse megapacote de reajustes já havia repercutido mal entre partidos
como o PSDB e o DEM na Câmara, mas o desconforto se ampliou no Senado.
A avaliação é que aumentar salários num momento em que a
principal bandeira da nova gestão é o controle fiscal envia “sinais trocados”
para a sociedade.
A série de reajustes também começou a ser alvo de críticas
de senadores do PT, que acusam Temer de fazer populismo com o funcionalismo
público, acenando com aumento de salário no momento em que diversas carreiras
condenam políticas adotadas pelo interino.